03 de Maio de 2018
Notícias
Os consumidores de modo geral conhecem pouco sobre a indústria sucroenergética e sua grande contribuição na fabricação de vários produtos inseridos no dia-a-dia. Dos produtos mais importantes da cana de açúcar, sem dúvida, estão os combustíveis limpos e renováveis como o etanol hidratado e o anidro, além do açúcar, principal energético do ser humano, e a bioeletricidade, energia elétrica ecológica.
Porém, esse setor contribui com o desenvolvimento de uma alcoolquímica altamente sofisticada de produtos que vão desde a tintas e perfumes e, mais recentemente, do plástico verde, com a extração do etileno do etanol para produção do polietileno, comumente um derivado do petróleo.
Uma das pioneiras no país na produção do plástico verde é a Braskem, que já comercializa o produto para grandes grupos de renome mundial para fabricação de embalagens e frascos como Johnson & Johnson, Loccitane, Faber Castel e Natura. A novidade deste ano veio da Lego, que anunciou sua utilização nos elementos botânicos como árvores, arbustos e folhas. Segundo a empresa, cada tonelada de plástico renovável reduz a emissão de CO2 em até 2,5 toneladas.
Já o etanol hidratado é utilizado também na produção de bebidas, alimentos, cosméticos, aromatizantes, produtos de limpeza, remédios e vacinas. Na forma de álcool anidro é muito usado na indústria para produção de tintas, solventes e aerossóis.
O açúcar, do qual o país é o maior produtor mundial, contribui para que a gastronomia brasileira seja uma da mais apreciadas do mundo. Além de ser empregado como conservante e conferir características como textura, corpo, palatabilidade, estabilidade, volume, entre outras ações específicas em uma série de preparados, com utilização ainda na medicina e fármacos.
De acordo com o antropólogo Raul Lody, o Brasil é conhecido pela criatividade de receitas e seus diferentes traços culinários se dão a partir da disponibilidade de açúcar e de uma variedade enorme de ingredientes locais. “Se a doçaria e confeitaria são fortes em alguns países, como a França, no Brasil não é diferente”, afirma.
O setor sucroenergético conta também com 7% da capacidade de produção de energia elétrica do país através do bagaço de cana. Uma boa parte dessa energia vai para o processo produtivo e o restante é vendido para o sistema nacional, representando 4,6% de toda energia consumida no Brasil, com possibilidade de abastecimento de 11,4 milhões de residências.
De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, existe, portanto, a necessidade de um maior conhecimento e valorização dos produtos do setor sucroenergético genuínos na nossa história. “Além de estarem inserido em várias áreas, os produtos do setor conferem um valor muito buscado nos dias de hoje, a sustentabilidade”, destaca.
Triângulo
Minas Gerais é um dos grandes produtores de cana de açúcar, etanol e açúcar no país, com o emprego de 180 mil empregos diretos e indiretos. O Triângulo Mineiro contribui com a maior produção desse setor no estado.
Da moagem de cerca de 64 milhões de toneladas de cana de açúcar na safra 17/18 a região contribuiu com a produção de 73%, tem 70% de participação no etanol e 76% no açúcar.
Fonte: JM Magazine – maio/18
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