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A produção de shale desacelerará neste ano?

16 de Janeiro de 2019

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Mas esse alívio não veio, e a produção de petróleo nos EUA saltou no segundo semestre do ano, levantando a questão: a disciplina de capital é uma restrição irrelevante para o shale?

Energy Intelligence complementa:

“Além de os produtores norte-americanos com capital aberto terem desembolsado grandes somas de dinheiro para recomprar ações em vez de investir cada dólar adicional em maior crescimento, muitos ainda permitiram que seus orçamentos subissem durante o ano e usaram a alta dos preços do petróleo no primeiro semestre de 2018 para cobrir a diferença.”

“O verdadeiro teste virá este ano, se os preços do petróleo nos EUA permanecerem perto do atual patamar de US$ 50. Alinhar realmente as despesas com os fluxos de caixa, com base em um petróleo a US$ 50, significaria desistir da possibilidade de um crescimento significativo para a maioria dos produtores.”

Ainda segundo a agência, até agora, as empresas de exploração e produção de petróleo estavam prometendo demais. Grandes players da bacia de shale no Permiano, como Diamondback Energy (NASDAQ:FANG), Parsley Energy (NYSE:PE) e Centennial Resource Development (NASDAQ:CDEV), agora indicam que podem diminuir a atividade neste ano.

Porém, mesmo que haja disciplina de capital, isso pode acabar não sendo um fator tão limitante como alguns pensam, afirma a Energy Intelligence, observando que uma parte do aumento da produção em 2019 já havia sido paga pelos operadores em 2018.

Citando números da IHS Markit, outra empresa de consultoria, a Energy Intelligence afirmou:

“Em toda a indústria, o número de poços perfurados mas incompletos (DUCs, na sigla em inglês) no Permiano registra novos recordes a cada mês. A expectativa é que o custo para a conclusão desses poços permaneça estável ou caia, à medida que a concorrência entre as prestadoras de serviços pressionem para baixo os preços dos serviços de areia e fraturamento. Além disso, a conclusão dos mais de 4.000 DUCs previstos pela indústria levará um ano ou até mais.”

Do “pico do petróleo” aos “algoritmos”, os desafios continuam

Outros problemas devem ser considerados, como o risco associado à demanda no “pico do petróleo”, em que tanto a necessidade quanto a produção de fontes de energia fóssil serão substituídas por alternativas renováveis; a bomba relógio da Venezuela e da Líbia; dois produtores da Opep em modo de crise perpétua; e temores de uma desaceleração, ou mesmo uma recessão, na China neste ano, o que poderia afetar profundamente a demanda energética mundial, já que o país é o maior consumidor de petróleo do planeta.

Por fim, ainda segundo a Energy Intelligence, a “financialização” do petróleo abrange todas essas considerações, em que a influência das casas de negociação por algoritmos do tipo “black box” e traders não especializados no setor energético expõem posições no petróleo a agendas de investimento mais amplas ou sentimentos que estão desconectados dos fundamentos físicos do petróleo.

A agência de pesquisa observou que o número médio de contratos em aberto nos três principais contratos futuros de petróleo (ICE Brent, NYMEX WTI e ICE) WTI) subiram 40% nos últimos cinco anos e 127% ao longo da última década.

No entanto, mudanças nessas posições não provocam grandes movimentações de preço, o que revela outra distorção. Segundo a Energy Intelligence:

“O mesmo número de contratos de compra foi desfeito entre maio e agosto e entre outubro e dezembro do ano passado, mas os preços caíram US$ 6 e US$ 35, respectivamente. A grande diferença foi que a saída do final de 2018 coincidiu com diversos outros fatores, como aplicação mais fraca de sanções ao Irã e maiores preocupações macroeconômicas. ”

Epbr - 15/01/2019

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