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Açúcar na lancheira das crianças – A regra é não ter regra

12 de Maio de 2017

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O açúcar faz parte da alimentação do brasileiro, tanto do ponto de vista cultural como histórico. Com relação à criança, a atenção para esse assunto deve ser redobrada, já que é nessa fase que ela aprende como deve se alimentar ao longo da vida. Porém, isso não quer dizer que deva ser ensinada a não consumir doces – pelo contrário. O ideal é que seja dada a ela a oportunidade de comer de tudo e se relacionar melhor com a comida em si, sem que seja necessária a exclusão ou excesso de consumo de qualquer ingrediente.

Um momento propício para ensinar o pequeno é na hora de montar a lancheira para a escola: os responsáveis tem o papel de explicar a importância de ter equilíbrio na escolha dos alimentos, levando em consideração que a principal regra é não ter regra.

A ideia é que o açúcar, em suas diferentes formas, e os diversos outros ingredientes, sejam colocados com o objetivo de ampliar o repertório das crianças, fazendo com que entendam o papel deles e adquiram o prazer pelos sabores.

O consumo de açúcar deve ser esporádico e os pais devem determinar quanto e quando. A medida em que a criança vai ganhando autonomia, ela mesma pode escolher. Mas, antes disso, deve ficar claro o fato de que o açúcar está presente nos alimentos de várias formas e com diferentes características. E que pode ser complementado com outros ingredientes, para que o lanche se torne completo e nutritivo.

A lancheira pode levar uma porção de fruta, por exemplo, em que há o açúcar natural. Teve um aniversário e sobrou bolo? Pode mandar um pedaço! A barrinha de cereais, pode ser acompanhada de um pedaço de queijo, a granola por um iogurte e por aí vai.

Se possível, deve-se priorizar também o preparo em casa: tanto por conta da naturalidade dos ingredientes, como pelo prazer de colocar a mão na massa. Isso não impede que alimentos industrializados sejam oferecidos, desde que em poucas quantidades. Bebidas, como água de coco, suco de frutas e iogurte, são opções práticas para incluir no lanchinho.

Já o tamanho das porções varia de criança para criança e de acordo com a fome no dia. Tem aquelas que precisam de um sanduíche e outras que ficam bem com uma fruta.

Existem mil recomendações, mas a fome não costuma ler artigos científicos. Procure alimentos nutritivos e fáceis de comer com a mão. Sobre as frutas, mande pequenas e fáceis de morder, como uvas sem caroço, ameixa, banana, maçã, ou já picadas. Ah! Se costuma mandar mais de um item, que seja em pequenas quantidades de cada um. O que volta e quanto volta indica o que a criança gosta mais de comer, ou quando ela não tem fome. Isto é minimizado com um olhar atento,e  deixando a criança participar da montagem da lancheira.

Com relação a produtos industrializados, a dica é dar preferência para os que não tem adição de açúcar. Assim, é possível controlar mais o consumo do ingrediente com opções que precisam ser adoçadas separadamente, o que não quer dizer que algo doce não possa compor o lanche, como um bombom ou um achocolatado. Só é preciso o bom senso.

Um ponto importante: Não podemos descartar que, de vez em quando, a brincadeira no pátio esteja mais interessante do que a comida. Nesses casos, é indicado mandar coisas fáceis de comer e que forneçam muita energia e nutrientes, como amendoim, castanhas e nozes, frutas secas e sucos. Ovo de codorna, azeitona, macarrão frio (pene ou parafuso), tomate cereja, frutas, biscoito de polvilho, palitos de pepino e cenoura (ou mini cenouras) são opções que fazem sucesso.

Mas, lembrem-se que, apesar das dicas acima, não adianta compor uma lancheira saudável se a criança se não tiver o hábito de comer coisas saudáveis em casa. Além disso, procure fazer lanches divertidos e não mande a mesma coisa todos os dias. Equilibrando as porções, tudo acaba sendo viável na lancheira e até mais prazeroso, principalmente alimentos com açúcar.

(Fonte: Portal São Paulo para Crianças / Nutricionista Márcia Daskal  – 11/5)

 

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