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Açúcar: preço sobe, mas é cedo para falar em novo cenário, diz consultor

03 de Junho de 2019

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A recuperação dos preços internacionais do açúcar na Bolsa de Nova York está de acordo com o que os fundamentos de mercado indicam, mas ainda é preciso uma consolidação maior do mercado para se afirmar que esse movimento representa uma mudança do cenário. É o que avalia a Archer Consulting em avaliação de mercado divulgada nesta semana.

"Ainda é cedo para responder. Precisamos observar se os fundos mantêm serenamente suas posições vendidas no açúcar ou entrarão recomprando a posição como se não houvesse amanhã", pondera o diretor da empresa, Arnaldo Corrêa, no boletim.

Na sexta-feira (31/5), o contrato para julho deste ano encerrou o dia com alta de 34 pontos, cotado a US$ 0,1210 por libra-peso. Para outubro de 2019, a valorização foi de 24 pontos com a cotação a US$ 0,1234. Os vencimentos mais longos, para 2020, operaram acima dos US$ 0,13 por libra, também com valorização.

De acordo com Corrêa, citando dados do governo dos Estados Unidos, os fundos reduziram sua posição vendida em açúcar, indicando uma aposta menor em uma baixa nos preços internacionais. E as cotações do produto subiram, na contramão do petróleo, o que sugere uma movimentação dos investidores do mercado do óleo para o da commodity agrícola.

Em uma semana, lembra o consultor, o preço internacional do açúcar subiu 3,6% em Nova York. No mesmo período, o petróleo caiu 10%. "O movimento oposto delas coincide com o que ocorreu no ano passado quando o açúcar bateu 14 centavos de dólar por libra-peso para depois embicar para 13, 12 e tocar no 11", diz.

Olhando para os fundamentos, o consultor acredita que apontam para fortalecimento dos preços do açúcar. Depende de fatores como uma melhora no consumo de combustíveis, estabilidade nos preços do petróleo em torno dos US$ 65 o barril e do rendimento do canavial.

Arnaldo Corrêa considera difícil os preços ficarem abaixo dos US$ 0,1375 no último trimestre deste ano, tomando por base o contrato para março de 2020. Não seria surpresa, segundo ele, se as cotações chegassem a US$ 0,15 ou até mesmo US$ 0,16 por libra-peso.

Globo Rural - 01/05/19

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