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Agro deve se inspirar em Starbucks e Nestlé, diz Ana Amélia

09 de Agosto de 2018

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Se eleito, o tucano Geraldo Alckmin adotará políticas para que o Brasil exporte café, cacau e soja com algum diferencial e não apenas a matéria prima, disse a candidata a vice-presidente da república na chapa do PSDB, Ana Amélia (PP) - Foto.

“Há países sem sequer um pé de café mas que têm marcas globalizadas que mais vendem cafés no mundo, como Starbucks e Nespresso”, disse à Bloomberg numa entrevista em seu gabinete em Brasília. “Como a Europa e os EUA conseguem vender tanto café sem produzi-lo? Com valor agregado”.

A senadora gaúcha afirmou que o Brasil já produz cafés especiais de alta qualidade, mas em volumes muito abaixo do potencial de mercado. Ela também cita a soja, “que vai do biodiesel aos produtos de beleza e limpeza”, e o cacau como itens nacionais capazes de trazer mais renda ao país.

Ana Amélia é parte da base de mobilização política do agronegócio, setor que responde por 44% das exportações e um quinto do PIB do Brasil. A força do setor se reflete na atenção que recebe de alguns candidatos à presidência. Líder nas pesquisas, o deputado e ex-capitão do Exército promete, assim como Ana Amélia, facilitar a posse de armas no campo, atendendo à crescente preocupação dos agricultores com a violência. Além da chapa PSDB-PP, a candidatura de Ciro Gomes, pelo PDT, também optou por alguém ligado ao agronegócio como vice: a senadora Kátia Abreu, recém chegada ao partido. O mesmo vale para o candidato do governo, Henrique Meirelles, que anunciou a escolha de Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul, como companheiro de chapa.

Para atingir seu potencial, disse Ana Amélia, o agronegócio também precisa superar a pressão dos ambientalistas, por quem diz ter “o maior respeito”, mas que chama de “sonhadores” por não entenderem a necessidade de usar defensivos agrícolas na proteção das lavouras. “Você acha que as empresas gastariam tanto tempo e dinheiro para fazer um produto inseguro?”, disse a candidata a vice quando questionada sobre os fabricantes de defensivos. Militantes ambientalistas dizem que o agronegócio no Brasil abusa de substâncias tóxicas que prejudicam a natureza e a saúde do consumidor.

A senadora, que também defende estimular o transporte fluvial para desafogar estradas, se disse em sintonia com Alckmin em questões econômicas e agrícolas. Mas afirma que os detalhes do programa de governo ainda serão tratados com o candidato tucano nos próximos dias. Até o momento, ela disse ter conversado pessoalmente a sós com ele sobre propostas por menos de uma hora, na semana passada, quando o tucano formalizou o convite para compor a chapa.

Fonte: Bloomberg - 07/08/2018

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