14 de Maio de 2018
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A AMG Mineração está investindo cerca de US$ 175 milhões (aproximadamente R$ 615 milhões, considerando o câmbio atual) na construção de duas plantas de concentrado de lítio, em Nazareno (Campo das Vertentes), empregado na fabricação de smartphones e baterias de carros elétricos.
A partir de 2020, a empresa deve atingir uma produção anual de 180 mil toneladas de concentrado de lítio, o suficiente para colocar a companhia entre os 10 maiores produtores mundiais do mineral, amplamente usado pela indústria moderna.
O projeto começou em 2010 e a ideia era aproveitar o mineral espodumênio, presente no rejeito da produção de concentrado de tântalo, produto usado pela indústria eletroeletrônica e que a AMG é a maior produtora certificada do mundo. De lá para cá, só em pesquisa e desenvolvimento (P&D) a empresa investiu cerca de R$ 20 milhões para desenvolver um processo capaz de fazer do lítio (presente no espodumênio) um coproduto do concentrado de tântalo.
Em oito anos, o trabalho mobilizou cerca de 40 empresas terceirizadas e mais de 2 mil profissionais diretos e indiretos, que atuaram nas fases de P&D, engenharia, construção e comissionamento. O resultado inicial é a inauguração da primeira planta do grupo de concentrado de lítio, em Nazareno, na terça-feira (15). A unidade, que conta com recirculação de água e reaproveitamento de resíduos, recebeu aporte de US$ 75 milhões e terá capacidade anual de 90 mil toneladas do produto, o que já colocará a AMG como a maior produtora do Brasil.
“Um dos grandes diferencias deste projeto é que o lítio é um coproduto da cadeia produtiva do tântalo e isso traz benefícios de alocação de recursos, de custos, logística e de produtividade do ativo”, afirmou o presidente da AMG Mineração no Brasil, Fabiano Costa. A nova unidade deve acrescentar R$ 350 milhões ao faturamento anual da empresa.
O presidente da AMG no Brasil explicou que a construção da segunda planta, que também terá capacidade de 90 mil toneladas por ano de concentrado de lítio, já está em fase adiantada de engenharia e contratação de equipamentos de longo prazo. Segundo Costa, a construção deve começar em agosto deste ano, com conclusão prevista para o final de 2019 e startup em 2020. Essa unidade demandará aportes de US$ 100 milhões, que também incluem a reconfiguração da estrutura atual do complexo, e viabilizará um faturamento adicional de R$ 450 milhões para o grupo.
A partir de 2020, portanto, a empresa começará a operar com uma capacidade anual de 180 mil toneladas de concentrado de lítio, a um teor de 6%, mas a produção atual de tântalo também vai dobrar. Com este volume, que equivale a 25 mil toneladas por ano de carbonato de lítio equivalente (LCE, na sigla em inglês), Costa explicou que a empresa se colocará entre os 10 maiores produtores mundiais de lítio em volume de produção.
O projeto da AMG também vai colocar Minas na rota da cadeia produtiva mundial do lítio. Atualmente, o tântalo produzido pela empresa é majoritariamente exportado, especialmente para a Alemanha, e, depois, para a China. A nova produção do concentrado de lítio também será, em um primeiro momento, vendida para os chineses, mas a companhia tem ainda outro projeto para erguer uma planta química no Brasil para a conversão de parte do concentrado em carbonato ou hidróxido de lítio, um produto de maior valor agregado da cadeia do mineral.
No Brasil desde 1945, além do complexo de Nazareno, a AMG Mineração conta com uma unidade fabril em São João del-Rei, também no Campo das Vertentes, especializada na produção de óxidos e ligas especiais de alumínio, muito usadas pela indústria automotiva. Esta planta emprega 280 funcionários diretos, além de 40 contratados permanentes e 150 colaboradores indiretos.
Fonte: Diário do Comércio – 14/05/2018
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