12 de Novembro de 2019
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A melhora do resultado operacional, impulsionado sobretudo pelo negócio de açúcar e álcool e pela Comgás, e a venda de direitos creditórios em setembro alavancaram os ganhos da Cosan S.A. no terceiro trimestre. A distribuição de combustíveis no Brasil e na Argentina, por outro lado, não teve desempenho positivo no intervalo e analistas já trabalham com a possibilidade de a companhia revisar as projeções para 2019 nessas operações.
Na média, Morgan Stanley, Santander, Bradesco e BTG Pactual projetam lucro líquido de R$ 457,3 milhões para a Cosan no trimestre, 10 vezes mais do que o apurado um ano antes. Para a receita líquida, as quatro instituições esperam em média R$ 17,62 bilhões, com aumento de 14,3% frente ao terceiro trimestre de 2018. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve subir 19%, a R$ 1,44 bilhão.
Os resultados deste ano incorporam os números da Raízen Argentina, rede de postos Shell e refinaria no país vizinho cujas operações foram assumidas pela Raízen Combustíveis em outubro do ano passado. Além disso, em 19 de setembro, a Cosan informou que vendeu por R$ 400 milhões em direitos creditórios à Jus Capital Gestão de Recursos. Os direitos se referem a precatórios do antigo Instituto do Açúcar e Álcool (IAA).
Para o Bradesco BBI, o Ebitda consolidado deve ter crescido tanto na comparação anual quanto em relação ao segundo trimestre, beneficiado pelo forte desempenho da Raízen Energia e da Comgás. Para o negócio de açúcar e álcool, o banco projeta Ebitda de R$ 852 milhões, com alta de 33% ante o terceiro trimestre do ano passado apesar da estratégia de vender mais açúcar no fim da safra, observa o analista Vicente Falanga.
Para Raízen Combustíveis, o banco projeta Ebitda trimestral ajustado de R$ 661 milhões, 3% abaixo do resultado apurado um ano antes, mas 17% acima do número do segundo trimestre. Na Argentina, porém, o congelamento dos preços de combustíveis e do petróleo afetou o desempenho da operação, e o Ebitda deve ter caído 97%, a US$ 6 milhões.
Os analistas Christian Audi e Rodrigo Almeida, do Santander, acreditam que os resultados de combustíveis podem decepcionar, apesar da recuperação da margem Ebitda por metro cúbico, para R$ 93, frente ao segundo trimestre (R$ 103 por metro cúbico). O maior volume de vendas foi compensado pelo mix desfavorável de combustíveis, diz o banco.
A forte venda de etanol na Raízen Energia, os resultados positivos da Comgás diante de tarifas mais altas e o desempenho forte da Moove foram os destaques do intervalo, conforme o Santander.
A equipe do Morgan Stanley pondera que os volumes relativamente mais fracos de açúcar e etanol fazem do trimestre um período pouco representativo, enquanto as margens na distribuição seguiram pressionadas pela competição acirrada no mercado interno. A Cosan vai divulgar o balanço hoje, após fechamento do mercado.
Fonte: Valor Econômico – 12/11/19
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