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ANP afirma que mudança nas políticas da Petrobras exige maior responsabilidade da agência

13 de Setembro de 2018

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O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, acredita que o setor de óleo e gás no País está diante de um momento inédito em sua história, marcado pelo encolhimento da atuação da Petrobrás e pela aproximação do mercado nacional ao global no que diz respeito à formação do preço dos combustíveis e abertura para atuação de empresas privadas. "O novo cenário faz com que o Brasil converse mais com o mercado global", disse nesta quarta-feira, 12, durante seminário com empresários e consultores do setor.

Oddone lembrou que as principais mudanças no mercado brasileiro foram a quebra do monopólio da Petrobrás e o reposicionamento da estatal, que reduziu seu volume de investimentos e passou por uma onda de venda de ativos nos últimos anos. "Hoje, a Petrobrás não funciona como um braço do governo. Ela busca maximizar lucro do acionista. E isso é legítimo", comentou Oddone. "Mas exige um acompanhamento regulatório maior. Isso é inédito e demanda da agência uma responsabilidade maior", completou.

Ele ponderou, entretanto, que a indústria nacional permanece sujeita ao risco de a Petrobrás voltar, eventualmente, a atuar como um agente do governo federal, com a definição dos preços baseada em critérios políticos. "A encruzilhada em que nos encontramos é inquietante. É preciso respeitar o mercado, ter transparência na formação de preços, aumentar a competitividade do mercado", afirmou, salientando que as incertezas nas políticas de preços dos combustíveis dificultam o planejamento de investimentos tanto pela Petrobrás quanto pelas demais empresas do setor.

O diretor-geral da ANP acrescentou que a exploração e produção de petróleo no Brasil é relevante, mas não reflete o potencial da indústria, que tem oportunidade de aumentar de tamanho. Segundo estimativa da agência reguladora, o País perdeu cerca de R$ 1 trilhão de investimentos na última década devido à paralisação de leilões e falta de transparência sobre a condução das políticas para o setor.

Fonte: O Estado de São Paulo - 12/09/2018

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