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Após incêndios em canaviais, usinas correm contra o tempo para minimizar prejuízos

01 de Setembro de 2020

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O ano de 2020 está mais seco do que o normal. No acumulado desde o início do ano, o volume de chuvas na região Centro-Sul do país ficou 50% abaixo da média histórica. Em julho, um mês em que a estiagem é tradicionalmente mais severa, a precipitação foi quase nula. Praticamente todas as regiões registraram quedas superiores a 90% no índice pluviométrico em relação à norma climatológica.

Com um clima tão seco, eleva-se o alerta para a ocorrência de incêndios, principalmente em áreas de canaviais, consideradas como palco para a propagação do fogo: área extensa, proximidade com rodovias e cidades, cana com as palhas ressecadas pela ausência de chuvas ou colchão de palha no solo, nas áreas já colhidas.

Nas últimas semanas, diversas áreas do Estado de São Paulo registraram focos de fogo. No dia 19 de agosto, apenas a região de Ribeirão Preto enfrentou três grandes incêndios em áreas de canaviais. E engane-se quem pensa que são as próprias usinas e produtores as responsáveis por atear fogo em suas lavouras. Desde que a queima pré-colheita foi extinta e a colheita mecanizada de cana crua introduzida, as companhias sucroenergéticas dispensam o uso do recurso.

Ocorre que colher uma cana queimada implicará em maior quantidade de impurezas minerais na indústria. Outro prejuízo é relacionado à queda na produtividade. Na maioria das vezes, o fogo acomete uma cana que ainda não está no ponto ideal de colheita. Esta, por sua vez, terá que ser colhida antes da hora e com menor teor de sacarose. Agora, caso o incêndio ocorra em uma área de palhada, onde a cana já foi colhida e os tratos culturais, realizados, todo o investimento será perdido. Sem falar que a brotação seguinte poderá atrasar ou até mesmo não ocorrer.

Na última terça-feira (25), o diretor agrícola da Biosev, Carlos Daniel Berro Filho, detalhou, durante live realizada pela CanaOnline em sua página no Instagram, algumas das medidas adotadas visando minimizar os prejuízos. Segundo ele, a maior preocupação é quanto a brotação. Por conta disso, a primeira ação consiste em realizar uma lâmina de vinhaça localizada (caso não seja uma região de aspersão) para garantir a brotação e manter o stand, fato essencial para a longevidade daquele canavial.

“Também fazemos reposição de adubação e controle de plantas daninhas, já que uma área sem a presença de palha poderá registar infestações mais agressivas.” Já em áreas de canas adultas, a recomendação é colher rapidamente e seguir com os tratos culturais.

Assista a entrevista completa com Carlos Daniel Berro Filho através do link: https://www.instagram.com/tv/CEVJudknNZu/

 

Fonte: CanaOnline – 01/09

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