27 de Novembro de 2017
Notícias
A decisão da Câmara dos Deputados, nesta semana, de aprovar o regime de urgência para votar, até o dia 6 de dezembro, o Projeto de Lei 9086/17, do deputado Evandro Gussi (PV-SP), que cria a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, sinaliza a retomada tão esperada pelo setor, com impactos importantes para a economia nacional. A análise é do engenheiro de produção e consultor da Dedini Indústrias de Base, José Luiz Olivério.
Protocolado no último dia 14 de novembro, o projeto define as normas de incentivo à produção de combustíveis renováveis no Brasil. Entre seus objetivos estão o cumprimento das metas do Acordo do Clima de Paris e o aumento da participação desse tipo de combustível na matriz energética nacional.
"O RenovaBio é indutor do papel dos biocombustíveis na política energética brasileira. Acredito que o projeto vai passar porque foi objeto de ampla discussão envolvendo todos os setores: governo, sociedade, entidades civis. Sua aprovação garantirá a tão necessária previsibilidade para a retomada dos investimentos, com o crescimento da produção dos biocombustíveis, sem a dependência de subsídios do governo e de renúncia fiscal", explica.
Para Olivério, o RenovaBio surge como uma espécie de luz no fim do túnel, chega com a urgência necessária a um país que precisa de alternativas de recuperação econômica, e que deixou em segundo plano o seu grande trunfo.
E ele sabe muito bem o que diz. Foi vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento do Grupo Dedini e acompanhou o Proálcool desde o seu nascimento, até cada uma das fases vividas pelo programa, boas e muito ruins. Ao ponto de ter sido um dos colaboradores do livro Proálcool 40 anos, lançado em novembro do ano passado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
"A previsibilidade oferecida pela definição da política vai garantir a reação do setor, que desde 2011 mantém praticamente a mesma capacidade de produção, mas sem investimentos. Com o RenovaBio, as regras estarão definidas e nós, da indústria de equipamentos, vamos poder fazer planos e, junto com os nossos clientes, definir as necessidades da indústria sucroenergética para poder atendê-la."
Depois da aprovação do Projeto de Lei 9086/17 pela Câmara e pelo Senado, vai ser necessária sua regulamentação, ou seja, o detalhamento de toda a Política Nacional de Biocombustíveis, que deve ser feito ao longo de 2018, com previsão de implantação em 2019 e plena aplicação até 2020, o que, segundo Olivério, garantirá fôlego para a retomada da produção e do crescimento.
A Dedini está otimista pela aprovação do RenovaBio. A empresa, segundo seu consultor, vem acompanhando de perto as discussões e está ciente das mudanças rápidas no cenário já em 2018, o que motivará os clientes a fazer planos para a expansão das usinas, já contratando projetos de aumento da capacidade de produção.
"Acreditamos que em meados de 2019 já estaremos em negociações para a construção de usinas completas, as `Greenfield´ ou chave na mão", projeta.
Para o engenheiro, o mais importante vai ser o movimento de reação da economia, com geração de emprego e renda, e a retomada da pujança das indústrias de equipamentos, com destaque para os tradicionais polos de Piracicaba - onde está a sede da Dedini - Sertãozinho e Ribeirão Preto, e para as novas fronteiras.
COP - A aprovação da Política Nacional de Biocombustíveis também pode aliviar a imagem que o Brasil deixou na 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23), encerrada no último dia 17 de novembro em Bonn, na Alemanha. O país ganhou um raro e merecido Fóssil do Dia pelos subsídios trilionários propostos ao pré-sal.
"Ao mesmo tempo que deixou a desejar na conferência, o Brasil se ofereceu para sediar a COP25, em 2019, o que vai coincidir com a plena vigência do RenovaBio e pode ser uma chance para o país reinserir o clima em sua agenda de desenvolvimento", diz Olivério.
(Fonte: Assessoria de Comunicação da Dedini – 27/11/17)
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias