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Archer prevê safra de cana 2018/19 menor no centro-sul, vê alta em produção de etanol

05 de Fevereiro de 2018

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O centro-sul do Brasil deve processar menos cana na safra 2018/19, que se inicia em abril, e impulsionar a fabricação de etanol, projetou nesta sexta-feira a Archer Consulting.

Em sua terceira estimativa para a temporada, a consultoria reduziu a projeção de moagem no cinturão de cana do maior produtor global de açúcar para 580 milhões de toneladas, ante 585 milhões na previsão anterior, de dezembro.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) projeta para o atual ciclo, o 2017/18, que se encerra em 30 de março, um volume de 858 milhões de toneladas.

"Dificilmente veremos repetir o volume deste ano safra que se encerra... porque o canavial está envelhecendo", comentou o sócio-diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Correa, em nota.

O envelhecimento das plantações, que acaba por reduzir a produtividade, é resultado da crise que aflige o setor sucroenergético brasileiro já há alguns anos. Conforme cálculos da consultoria, o segmento encerrou o ano passado com dívidas de 88,2 bilhões de reais.

Além disso, a Archer Consulting prevê um mix de produção com 41,4 por cento da oferta de cana destinada ao açúcar, com um direcionamento maior para a produção de etanol, de 58,6 por cento.

Isso levaria a uma produção de 30,5 milhões de toneladas de açúcar na safra 2018/19, ante 32,7 milhões esperadas anteriormente e 35,2 milhões de toneladas previstas para a temporada vigente.

"É importante notar que, comparativamente à safra 2017/18, o Centro-Sul poderá vir a assistir na safra que se inicia em abril uma redução de mais de 5 milhões de toneladas de açúcar em relação a este ano", frisou Correa.

Em contrapartida, a estimativa de fabricação de etanol foi elevada para 26,5 bilhões de litros (11,9 bilhões de anidro e 14,6 bilhões de hidratado), frente 25,5 bilhões esperados na previsão de dezembro e 24,7 bilhões estimados pela Unica para 2017/18.

O biocombustível vem se mostrando mais atrativo para as usinas e destilarias do centro-sul do Brasil desde meados do ano passado, após altas tributárias maiores para a gasolina, concorrente direto do álcool.

Fonte: Reuters – 05/02/2018

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