19 de Fevereiro de 2019
Notícias
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) contestaram, em nota, o posicionamento contrário da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao aumento da mistura do biodiesel no diesel comercial.
Desde março de 2018, a proporção de biodiesel no diesel comercial aumentou de 8% para 10% e, até 2023, chegará a 15%, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Na sexta-feira, dia 15, a representante das montadoras distribuiu nota à imprensa informando que entregou relatório ao governo em que não recomenda o aumento do biodiesel na mistura do diesel de 10% para 15% após a realização de testes.
Segundo a associação, os testes feitos pelos fabricantes indicaram aumento da emissão de Nox (óxidos de nitrogênio); não atendimento à demanda legal para garantia de durabilidade de emissões, previsto pelo Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve); aumento da periodicidade da troca de óleo e filtros; entupimento de filtro e injetores; aumento do consumo de combustível; desgaste dos componentes metálicos do motor; e combustível com baixa estabilidade à oxidação (forma resíduos).
Já a Abiove e a Aprobio, em nota, disseram que os estudos realizados até o momento com o B15 (mistura de 15%) mostram que a maioria das fabricantes não registrou qualquer problema real no funcionamento dos veículos. “Foram observadas questões pontuais em alguns testes, restritos a poucas empresas”, explicaram.
As entidades também afirmaram que, até a adoção efetiva do B15 (mistura de 15%), há tempo suficiente para debater e fazer eventuais ajustes de modo a garantir a segurança do usuário e que, até então, contribuiu com o fornecimento de biodiesel aos fabricantes de veículos e de autopeças para que fossem realizados os testes por eles propostos no âmbito do grupo de trabalho que conta com participação de todos os agentes e setores produtivos envolvidos.
Abiove e Aprobio disseram, ainda, que continuarão defendendo o aperfeiçoamento contínuo das especificações que confiram à mistura robustez, alta qualidade e adequação às demandas da sociedade brasileira. “Nesse sentido, se a inclusão imediata do valor de 20 horas para a estabilidade à oxidação do diesel comercial (parâmetro hoje não constante da especificação), já mesmo antes da introdução de teores maiores, for identificado como solução, apoiarão, como nunca se opuseram a discutir quaisquer outros aspectos relevantes para as empresas do setor automobilístico e para a sociedade.”
Além disso, Abiove e Aprobio defendem que a decisão do CNPE está alinhada com a estratégia de diversos países do mundo e reforçam o sucesso operacional da mudança realizada até o momento. Segundo as entidades, o biodiesel vem garantindo segurança de fornecimento e menores custos aos consumidores de ciclo diesel, com redução de preços no longo prazo.
Estadão Conteúdo - 19/02/2019
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