21 de Setembro de 2020
Notícias
A Atvos, que está em recuperação judicial e é alvo de um dos maiores imbróglios societários hoje no Brasil, está buscando manter suas operações e reduzir custos enquanto a disputa entre a Odebrecht, que segue no controle da companhia, e o fundo Lone Star não termina. Em outubro, a empresa começará a integrar as atividades nas lavouras de duas usinas após investimentos em monitoramento e conexão de máquinas agrícolas em tempo real.
A integração das operações agrícolas começou a ser testada no ano passado em áreas próprias nas usinas Eldorado e Santa Luzia, ambas em Mato Grosso do Sul. A partir do mês que vem, o projeto terá início nas usinas Conquista do Pontal e Rio Claro — localizadas em São Paulo e Goiás, respectivamente.
Nas usinas sul-mato-grossenses, foram instaladas torres de satélite e sistemas de automação que permitem que operadores façam a gestão das máquinas agrícolas em tempo real e partir de uma central em Campinas (SP). Durante a pandemia, esse controle vem sendo realizado em home office.
O objetivo é agilizar as atividades agrícolas, aumentar a produtividade das máquinas e reduzir custos. E essas metas já vêm sendo alcançadas, segundo Rodrigo Vinchi, diretor agrícola da Atvos. Até o momento, o sistema aumentou o tempo de uso das máquinas em campo em 20% a 25%, o que vem reduzindo a demanda por equipamentos.
“Havia uma central de monitoramento, mas não com visão integrada. Se tivesse um caminhão quebrado na estrada, ou se a indústria estivesse com problema, não havia interligação. Agora vemos todo o processo”, afirmou Vinchi.
O grupo vai expandir o projeto, batizado de Cubo, para as oito usinas em atividade até março de 2021. Com um investimento de R$ 12 milhões em todas as unidades, a redução de custos esperada é de R$ 34 milhões ao ano, ante investimentos na área agrícola que ficam entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por temporada.
A ideia é que os recursos economizados com máquinas e equipamentos (que consomem entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões por safra) sejam direcionados ao plantio de cana-de-açúcar, área que a empresa mais precisa investir para recuperar a produção após anos de crise.
Vinchi estima que a economia prevista com o projeto permitirá o plantio de 4 mil a 5 mil hectares ao ano — o que, se traduzidos apenas em áreas novas, representaria cerca de 300 mil toneladas de cana colhidas a mais em cada safra. Na safra atual (2020/21), a companhia deve moer 27 milhões de toneladas de cana, em linha com o volume moído na safra passada (26,9 milhões).
Segunda maior produtora de etanol do país, a Atvos teve seu plano de recuperação judicial homologado em meados de agosto depois de acumular dívidas da ordem de R$ 15 bilhões. A homologação se deu mesmo em meio à confusão gerada depois que o Lone Star comprou de credores da Odebrecht, por R$ 5 milhões, o controle da sucroalcooleira. Essa aquisição é questionada pela Odebrecht na Justiça e em tribunal arbitral e a pendenga segue indefinida.
Fonte: Valor Econômico - 20/09
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias