10 de Abril de 2017
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A meta estabelecida pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, sigla em inglês) para as empresas aéreas reduzirem o percentual de emissões de poluentes, até 2020, pode acelerar a criação de um marco regulatório brasileiro para a produção de combustíveis renováveis.
Mas, para cumprir esses objetivos, é preciso regras claras, estáveis e de políticas públicas que deem competitividade ao produto no mercado interno. Demanda existe, garante o assistente técnico para combustíveis renováveis da Gol Linhas Aéreas, Pedro Scorza, no entanto, o maior desafio é ser sustentável sem onerar o caixa da empresas.
“Temos metas a cumprir. E como se faz isso? Usando combustível sustentável. Mas se, até a data estipulada, o mercado produtivo não acompanhar a demanda teremos que recorrer à compra de crédito de carbono (certificação comercializada por países que conseguem reduzir a emissão de gases poluentes), que, atualmente, custa um dólar por tonelada de carbono, podendo, obviamente, aumentar no longo prazo”, explicou Scorza.
A declaração foi dada no workshop ‘Energia Renovável e Inovações Interconectadas: Mercados Sustentáveis do Século XXl’, realizado no Paço Alfândega, em Recife (PE).
Ainda assim, Scorza tem uma ponta de esperança e acredita na formatação do RenovaBio, projeto do Governo Federal que tem como intuito aumentar a produção de biocombustíveis no Brasil e a combater práticas anticompetitivas, além de proteger os interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta.
O programa vai permitir que 43% das emissões de gases sejam reduzidas nos próximos anos. “Estamos finalizando as informações capturadas em consulta pública para então levarmos ao ministro de Minas e Energia (Fernando Coelho Filho)”, disse o diretor de biocombustíveis do Ministério, Miguel Lacerda. Concluídas as etapas de regulamentação, adiantou, o programa deve seguir para o Congresso.
Para o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, o RenovaBio dará uma nova estruturação aos combustíveis limpos, como o etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, valorizando os benefícios ambientais. “Percebemos que há um esforço no transporte terrestre para essa causa, com o uso do etanol anidro adicionado à gasolina, enquanto que, para a aviação, não existe nenhum avanço”, afirmou. Ele frisou ainda que 2% das emissões mundiais de gás carbônico vêm da aviação.
(Fonte: Folha de Pernambuco – 10/04/17)
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