02 de Outubro de 2019
Notícias
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,246 bilhões em setembro, informou o Ministério da Economia ontem, no pior resultado para o mês desde 2014, quando houve déficit de US$ 946,4 milhões.
Fortemente afetado pelo recuo nas exportações, o dado também veio abaixo da expectativa de um saldo positivo de US$ 3,2 bilhões, conforme pesquisa Reuters com analistas.
Em setembro, as vendas de produtos brasileiros ao exterior caíram 11,6%, ante igual mês de 2018, pela média diária, chegando a US$ 18,740 bilhões.
Houve queda de 32,1% nas exportações de produtos semimanufaturados e de 14,5% na de básicos, com destaque, neste último grupo, para a redução de 37,7% – ou US$ 1,79 bilhão – nas vendas de petróleo em bruto.
Já as vendas produtos manufaturados subiram 4,4% em relação a igual mês de 2018.
Em relação às importações, houve aumento de 5,7% em setembro sobre um ano antes, a US$ 16,494 bilhões.
Neste caso, as compras de bens de capital cresceram 95,1% sobre setembro do ano passado, ao passo que houve redução em todas as demais categorias: bens de consumo (-8,5%), combustíveis e lubrificantes (-6,7%) e bens intermediários (-3,9%).
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a balança comercial ficou positiva em US$ 33,79 bilhões, recuo de 19,5% sobre igual etapa do ano passado considerando a média diária.
Para o ano, o Ministério da Economia prevê agora um superávit de US$ 41,8 bilhões, sobre US$ 56,7 bilhões antes.
“O Brasil está neste cenário de retração no comércio mundial por conta de menor atividade econômica mundial”, afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, complementando que a guerra comercial entre Estados Unidos e China é apontada como um dos principais motivos para esse movimento.
“Argentina está nesse impacto da retração da economia mundial, é um dos principais parceiros comerciais do Brasil”, pontuou Brandão, frisando que 70% das exportações de automóveis vão para o país vizinho.
Na semana passada, o Banco Central informou que passou a ver um superávit de 43 bilhões para as trocas comerciais neste ano, sobre US$ 46 bilhões antes.
Já economistas ouvidos pelo BC na mais recente pesquisa Focus estimam que o superávit no ano será de US$ 51,71 bilhões.
OMC
A Organização Mundial do Comércio reduziu de 2,6% para 1,2% a projeção de crescimento do comércio global para este ano. O corte de 1,4 ponto percentual ocorreu devido a escalada das tensões no comércio global e ao crescimento lento das economias, segundo publicação no site da OMC.
“Perspectivas sombrias para o comércio são desencorajadoras, mas não inesperadas. Além dos efeitos diretos, os conflitos aumentam a incerteza, o que está levando empresas a adiar investimentos que melhoram a produtividade e que são essenciais para elevar padrões de vida”, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.
“Criação de empregos também será afetada uma vez que as empresas contratam menos trabalhadores para produzir os bens e serviços que exportam”, afirmou Azevedo. (Reuters)
Fonte: Diário do Comércio – 02/10/19
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias