08 de Setembro de 2020
Notícias
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) solicitou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que a cota para importação de etanol de fora do Mercosul sem tarifa não seja reaberta caso não haja uma “contrapartida equivalente” dos Estados Unidos. Em nota, a bancada ruralista diz que “os interesses norte-americanos não podem se sobrepor ao dos brasileiros” e defende comércio “livre e justo”, sem a manutenção de práticas protecionistas contra os produtos brasileiros.
Os Estados Unidos são os principais beneficiários e interessados na isenção que existia até 30 de agosto para a entrada de 750 milhões de litros do biocombustível no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tenta convencer o setor produtivo brasileiro a aceitar uma cota proporcional com duração de 30 a 90 dias. Produtores e usineiros rechaçam a proposta.
O texto da FPA reforça a posição adotada desde o início da semana por parlamentares da bancada, pelo Ministério da Agricultura e pelo setor sucroenergético brasileiro, que é tentar aproveitar a deixa para negociar abertura ao mercado de açúcar nacional nos EUA. “Existe a possibilidade de se buscar um balanço incluindo a abertura dos mercados ao açúcar, produto que, no Brasil, também é produzido a partir da cana. O Congresso apoia a política de abertura comercial implementada pelo atual governo, mas destaca a necessidade de que o processo seja conduzido de forma a assegurar ganhos reais ao nosso país”, acrescenta a nota.
Na nota, a bancada expõe preocupação com a pressão feita pelo governo e pela iniciativa privada dos Estados Unidos para que o Brasil zere as tarifas de importação de etanol. “Caso não haja contrapartida equivalente dos EUA, manifestamos nosso pedido à presidência da República para que as cotas não sejam renovadas e que a Tarifa Externa Comum de 20%, vigente desde 1995 como resultado do acordo Mercosul, seja aplicada”, diz nota publicada hoje pela FPA.
A bancada conclui dizendo que tem “apreço pela relação com os EUA”, mas que os interesses estrangeiros não podem se sobrepor ao dos brasileiros. “Apoiamos também o comércio livre e justo, desde que não seja seletivo ao beneficiar apenas os interesses de outros países, quando há manutenção, por conveniência, de práticas protecionistas contra produtos brasileiros”.
Fonte: Valor Econômico – 04/09
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias