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BNDES apoia projeto de geração de energia renovável a partir da vinhaça

05 de Novembro de 2020

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 21,9 milhões à Geo Elétrica Tamboara para ampliação de projeto inovador de produção de energia elétrica a partir de biogás gerado pela vinhaça, resíduo da produção de açúcar e etanol.

Com o apoio do BNDES, a capacidade de geração da planta da empresa, localizada no município de Tamboara – no noroeste do Paraná –, será ampliada em 123%, chegando a 59,85 GWh por ano em 2022. Desse total, cerca de 50 GWh serão distribuídos para o sistema interligado de energia, volume capaz de atender ao consumo anual de cerca de 25 mil residências.

Do ponto de vista ambiental, estima-se que o projeto, após concluído, evitará a emissão de 90,2 toneladas de gases poluentes ao ano, considerando-se o volume de dióxido de carbono que seria gerado se a vinhaça fosse descartada diretamente na natureza. Esse efeito equivale ao plantio de 631 árvores ou ainda à retirada de circulação de 45 veículos a gasolina.

O financiamento do BNDES, correspondente a 73% do investimento total (R$ 30 milhões), ampliará a capacidade de tratamento da vinhaça em 464%, chegando a 12 milhões de litros por dia. O aumento da produção se dará com a instalação de quatro novos biodigestores e contribuirá para o aumento de rentabilidade da unidade por conta do ganho de escala.

A empresa já processa cerca de 30% da vinhaça gerada pela Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana (Coopcana). Com a conclusão do projeto, o insumo passará a ser transportado por dutos de 1,6 km de extensão e será possível utilizar quase todo o resíduo produzido pela cooperativa.

A utilização da vinhaça nesta solução, além de gerar menos poluentes do que outras fontes, como o diesel e mesmo o gás natural, mitiga a poluição que poderia ser causada pelos resíduos da vinhaça.

Enquanto o diesel gera cerca de 90 gramas de poluentes para gerar um megajoule de energia e o gás natural, 80 gramas, o biometano (combustível produzido a partir do biogás) deixa de lançar 20 gramas, ou seja, tem uma pegada de carbono negativa.

Esse cálculo leva em conta a quantidade de gases poluentes que seria gerada se a vinhaça não fosse tratada. Na prática, o produto possibilita a transformação de um passivo ambiental em um ativo energético relevante, afirma o banco.

 

Fonte: Jornal Cana – 04/11

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