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BNDES aprova financiamento de R$ 1,8 bi à Logum

03 de Janeiro de 2019

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A Logum, empresa controlada por Petrobras, Raízen, Copersucar e Uniduto, contratou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiamento de R$ 1,8 bilhão para expandir a sua infraestrutura dutoviária e de armazenamento de etanol. Com os recursos, a Logum investirá R$ 3,3 bilhões desde que foi criada, em 2011, para implantar um sistema logístico multimodal de transporte e armazenagem de etanol e de derivados de petróleo. O novo aporte do BNDES representa 54% do total.

Do valor do financiamento do BNDES, R$ 960 milhões serão destinados a alongar parte de um empréstimo de curto prazo que a empresa já tinha com o banco. O prazo de vencimento dessa dívida passa a ser de 17 anos. O empréstimo de curto prazo era de R$ 1,3 bilhão, mas uma parcela já havia sido amortizada pela empresa. Do dinheiro novo, haverá ainda R$ 850 milhões para novos investimentos, empréstimo a ser pago em 24 anos. Os acionistas da companhia entrarão com uma contrapartida de R$ 200 milhões.

O objetivo da expansão, segundo o BNDES, é fazer o sistema logístico da Logum chegar diretamente aos centros consumidores, na região metropolitana de São Paulo. O custo do financiamento está atrelado à Taxa de Longo Prazo (TLP). No caso da Logum, o custo foi de IPCA mais 2,98% ao ano, mais spreads.

Serão construídos novos dutos que ligarão Guararema a São Caetano do Sul, passando por Suzano e Guarulhos, e Guararema a São José dos Campos. No total, o etanolduto será expandido em 128 quilômetros. Além disso, no duto existente entre Paulínia e Guararema - que é da Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras -, a Logum fará um investimento no sistema de bombeamento para aumentar a capacidade de transporte de etanol. E, ainda como parte desse ciclo de investimentos, será erguido em Guarulhos um terminal com três tanques com capacidade estática de armazenagem total de 45 milhões de litros de etanol.

As obras devem ser concluídas no primeiro trimestre de 2021, afirmou Wagner Biasoli, presidente da companhia, ao Valor. Esse conjunto de investimentos permitirá que a companhia passe de uma movimentação de 2,7 bilhões de litros de etanol previstos para 2019 para 6 bilhões de litros em 2022, segundo Biasoli. Atualmente, o sistema dutoviário da Logum está "praticamente todo ocupado", afirmou o executivo. De janeiro a novembro de 2018, o sistema entregou 2,145 bilhões de litros ao mercado, de acordo com dados publicados pela companhia.

Hoje, a Logum faz captações de etanol em Ribeirão Preto (SP) e em Uberlândia (MG), e faz o transporte do produto, via dutos, até Paulínia. Dali o etanol é transportado até São Paulo e Rio de Janeiro utilizando a malha de dutos da Transpetro. Segundo o presidente da Logum, a expansão dos dutos "vai dar mais eficiência ao sistema logístico de etanol, porque tem mais confiabilidade". Ele ressaltou também que apenas os novos dutos vão substituir 400 mil viagens de caminhões que ocorrem por ano na cidade de São Paulo, o que permitirá uma redução na emissão de gás carbônico equivalente a 700 mil toneladas por ano. "Tem a vantagem da qualidade de vida relativa à mobilidade e uma redução significativa de poluição", disse.

Pedro Passos, chefe do departamento de logística (Delog) do BNDES, disse ontem que existem gargalos que limitam a capacidade de transporte da Logum. Com os investimentos na expansão, esses gargalos serão reduzidos. Gabriela Valadão, gerente do Delog do BNDES, também destacou o impacto ambiental positivo do projeto, uma vez que haverá redução nas emissões de gás carbônico pela saída de caminhões das estradas, os quais serão substituídos pelo transporte do etanol via dutos. A expectativa do BNDES é que a nova capacidade de transporte do etanolduto da Logum seja rapidamente atingida do ponto de vista operacional.

Valor Econômico - 03/01/2019

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