Notícias

BNDES reduz desembolsos para Minas Gerais

02 de Fevereiro de 2017

Notícias

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Minas Gerais caíram 25,4%, em valor, em 2016 sobre 2015. O resultado, no entanto, foi melhor do que o desempenho nacional, com queda mais forte, de 35%.

 Os financiamentos da instituição para empresas mineiras responderam por praticamente 10% do total do País no ano passado (R$ 88,3 bilhões).

De acordo com as informações do banco, os empréstimos da instituição no Estado somaram R$ 8,772 bilhões em 2016 contra R$ 11,698 bilhões em 2015, uma queda de 25,4%. Além disso, o número de operações de crédito do BNDES com empresas mineiras também caiu 40,7%, na mesma comparação.

Em Minas Gerais, os desembolsos da instituição ficaram praticamente estáveis para a indústria. Para a área de infraestrutura caíram -9,8% e para o setor de comércio e serviços o recuo foi de 66,7%. Por outro lado, a agropecuária, com alta de 12,2%, confirmou a manutenção do nível de atividade nos campos do Estado.

O parque produtivo de Minas respondeu por 43,2% dos empréstimos do BNDES para Minas Gerais no ano passado. O valor financiado para as indústrias mineiras no período somou R$ 3,770 bilhões, em linha com o montante do ano anterior. No entanto, houve uma forte queda no número de operações (-42,2%).

Além disso, o “empate” nos valores desembolsados para indústrias mineiras em 2016 e 2015 não é motivo para comemoração, como destacou gerente de Capitalização e Acesso a Mercado da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Letícia Ataíde.


“O valor ter se mantido de um ano para outro não representa um desempenho bom porque os números foram resultado de apenas uma ou outra operação de maior volume de uma grande indústria que fez com que os valores ficassem iguais. Esses números precisam ser vistos com certa crítica”, argumentou a gerente da Fiemg.

Segundo ela, as federações de indústrias funcionam como Postos de Informações do BNDES e o papel da Fiemg, neste caso, é exatamente o de buscar financiamento para empresas mineiras junto ao BNDES. “Fizemos um esforço absurdo para realizar as operações e o número de contratos foi bem menor. Na hora que chega no risco de crédito às empresas, elas são barradas no empréstimo”, lamentou.

Dentro do parque produtivo, a indústria de material rodoviário demandou o maior montante em empréstimos (R$ 1,527 bilhão) em 2016, com aumento de 198,8%  frente a 2015 (R$ 511 milhões). Por outro lado, o número de contratos de financiamentos com o setor caiu 50,8%. “Isso reforça e explica que uma ou mais empresas tiveram um volume expressivo de recursos liberados”, frisou a gerente da Fiemg.

A indústria metalúrgica e produtos recebeu R$ 652,6 milhões em financiamentos do BNDES no ano passado, queda de 22,3% em comparação com o montante do exercício anterior (R$ 840 milhões). Além da crise nacional, o setor atravessa um momento conjuntural ruim, com as empresas se adaptando a uma demanda menor e com excesso de aço no mundo.

Na atividade extrativa, com papel importante para a indústria estadual, também foi registrada uma redução expressiva. O valor liberado pelo BNDES em operações de crédito com o segmento em 2016 somou R$ 575,2 milhões, 30,2% menos que os R$ 824,7 milhões dos mesmos meses de 2015.

(Fonte: Diário do Comércio 2/2)

Veja também