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Bolsonaro se reúne com empresários na FIESP

12 de Junho de 2019

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar nesta terça-feira (11) que haja intervenção do governo na política de preços da Petrobras. Falando a uma plateia de empresários e executivos em São Paulo, ele foi aplaudido ao mencionar que a estatal reduziu o preço da gasolina em 3%.

"Somos pelo livre mercado", disse Bolsonaro, pouco depois de citar o anúncio da Petrobras, feito nesta terça (11).

O presidente discursou na sede da Fiesp (Fundação das Indústrias do Estado de São Paulo). A entidade o condecorou com a grã-cruz da ordem do mérito industrial. Ele não mencionou o ministro Sergio Moro, que teve mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, divulgadas no último domingo (9).

"Quem deve dar o norte da nação são vocês. O nosso papel [como governo] é não atrapalhar", afirmou ele.

Bolsonaro defendeu a privatização dos Correios e disse que não quer servidores "xiitas" no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Ele comemorou a redução no número de multas ambientais em seu governo e disse que a tendência de queda deverá permanecer.

Ao falar sobre pressões que sofre no cargo, disse que representantes do agronegócio queriam indicar um nome para o Ministério da Agricultura.

"Mas aí eu tiro o [Ricardo] Salles [ministro do Meio Ambiente], e coloco o Zequinha Sarney [José Sarney Filho] no lugar. [Aí] ninguém falou mais nada", disse.

O presidente afirmou que o número de autuações ambientais no primeiro bimestre deste ano foi o menor já registrado.

Bolsonaro voltou a defender também a aprovação da reforma da Previdência. "Tudo virá após a reforma da Previdência. Ninguém vai investir em algo que não está dando certo. O nosso Brasil após essas reformas [da Previdência e tributária] dará sinais de que estamos dando certo."

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também falou a favor da Nova Previdência.

"A aprovação da reforma cria expectativa positiva na economia, destrava o investimento e o consumo. Aprovando essa reforma até o fim do primeiro semestre na Câmara e no segundo semestre no Senado, as portas para outras reformas, como a tributária, serão abertas."

Jantar

Após a fala na Fiesp, Bolsonaro se reuniu com grandes empresários na casa de Paulo Skaf.

Segundo dois participantes do evento, o vazamento de mensagens entre o ministro Sergio Moro e membros da força-tarefa da Lava Jato não foi mencionado nas conversas.

"O presidente está confiante com a aprovação da reforma na Câmara ainda neste semestre e se mostrou comprometido com a melhoria do ambiente de negócios do país", disse Flávio Rocha, da Riachuelo.

Segundo ele, os empresários não fizeram demandas ao presidente, que estava acompanhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Entre os assuntos discutidos, estão a redução do preço da energia e o fim do eSocial.

Folha de São Paulo - 11/06/2019

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