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Brasil é um dos mercados estratégicos para a Renault, diz vice-presidente

23 de Janeiro de 2020

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O mineiro Carlos Henrique Ferreira, o Caíque, como é mais conhecido no setor automotivo, conta que a Renault confia na força do consumidor brasileiro

Você é vice-presidente do Instituto Renault. O que ele faz?

Todas as ações de responsabilidade socioambiental da Renault estão sob a minha gestão. É uma ONG que faz uma série de projetos para ajudar no desenvolvimento da sociedade.

Quantas pessoas atende?

Neste ano, vamos comemorar 10 anos, e, ao longo desse período, quase 800 mil pessoas já foram atendidas e impactadas. Temos três grandes projetos: um deles é para auxiliar no desenvolvimento da comunidade próxima a fábrica que fica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Lá, existe a Associação Borda Viva, e nosso objetivo é ajudá-los a se profissionalizarem. Fazemos ainda um trabalho de formação das mulheres da comunidade num projeto de alimentação, com um restaurante industrial que é fonte de renda, e outro baseado em produção de artigos de costura. Desenvolvemos uma grife de produtos que são vendidos, por exemplo, na loja da Renault na França, na Champs-Élysées. O segundo projeto é dedicado à educação no trânsito e o terceiro estimula os universitários a criarem startups. 

Falando de mercado, como a Renault passou os últimos dez anos no Brasil?

O Brasil é um dos mercados estratégicos para a Renault no mundo. Ela completou 20 anos de fabricação no país (4 de dezembro de 1998 foi a inauguração). Além da primeira fábrica de veículos de passeio, hoje, no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, há no país outras três fábricas: uma de motores, com capacidade para produzir 600 mil motores por ano. A terceira faz o Master (utilitários ou comerciais leves). E a quarta fábrica é a mais moderna da aliança Renault/Nissan/Mitsubish no mundo de injeção de alumínio, fabrica bloco e cabeçote em alumínio para a fábrica de motores. 

Qual é o plano estratégico plurianual da Renault nos próximos anos?

Encerramos no ano passado um investimento de R$ 3,2 bilhões no ciclo dos últimos cinco anos. Teve a nova fábrica de injeção de alumínio, teve o aumento da capacidade produtiva da fábrica para 380 mil carros por ano, aumentamos em 100 mil a capacidade por ano e trouxemos novos produtos – Duster, Oroch, Captur e Kwid – além da renovação do Sandero e do Logan. Mesmo durante o período de crise, a Renault não alterou os planos de investimento. Isso demonstra toda a importância do mercado brasileiro.

E, pra frente, podemos esperar um plano tão robusto de recursos?

Estamos num momento de decisão do próximo ciclo de investimentos. Passamos por um crescimento contínuo de mercado. Os produtos que chegaram ao mercado brasileiro foram pensados, e fizemos pesquisa: temos mais de mil engenheiros dentro da nossa planta em São José dos Pinhais, que faz parte da estrutura de engenharia da região América. E um centro de design em São Paulo está ligado naquilo que o consumidor brasileiro quer. Esse resultado é fruto de uma total atenção ao desejo do consumidor brasileiro. 

Quantos empregos o grupo gera no Brasil com as quatro fábricas?

Temos 7.300 colaboradores dentro do complexo Ayrton Senna. No Estado do Paraná, geramos outros 25 mil empregos indiretos dos vários fornecedores. 

E, na inovação, o que foi feito?

Um dos motivos do sucesso do Kwid, antes do lançamento dele, é que fizemos uma campanha de pré-venda, no início de 2018, totalmente pela internet. Quando chegou o lançamento, tínhamos quatro vezes mais pedidos do que a gente esperava ter. Essa campanha online foi tão forte pra gente que, na sequência, foi feito o desenvolvimento de uma venda completa de um produto pela internet. Foi um projeto do presidente da Renault do Brasil na época, Luiz Pedrucci – que hoje é presidente da Renault para a América Latina e foi o primeiro brasileiro a assumir esse cargo. Ele dizia que o cliente brasileiro compra um carro pela internet e que tínhamos que oferecer uma ferramenta completa. Integraram-se 15 sistemas numa plataforma nova, e colocamos no ar um site de vendas de produtos que pode ser acessado por celular, desktop ou tablet. Colocamos à meia-noite e, às duas da manhã entrou, cliente comprando carro online. Essa ferramenta veio com a lógica de facilitar a vida do cliente. Não é que v ai acabar a concessionária. No lançamento do site, vendemos, em 2018, 63 mil carros 100% online. É mais uma opção para o cliente comprar. Nesta semana, estamos lançando toda a gama Renault que é possível comprar pela ferramenta lojas.renault.br. A entrega e a manutenção são feitas por meio da rede. 

Quando poderemos sonhar com o carro elétrico produzido no Brasil?

Nosso carro elétrico, o Zoe, também está à venda pelo canal eletrônico. O carro ainda é importado. Os volumes são bastante baixos com relação ao mercado brasileiro. É importado da Europa e vendido para o cliente final a R$ 150 mil. A Renault já tem o carro elétrico há dez anos. Somos fortes em vários mercados do mundo. Já estamos no segundo estágio. Não ofertamos simplesmente o carro elétrico, ofertamos também uma solução de mobilidade. No Brasil, temos vários exemplos. Um deles, com a construtora mineira MRV, uma das líderes na América. O carro elétrico é mais uma opção e solução de mobilidade. 

Qual é a importância de Minas Gerais nas vendas da Renault?

O mercado mineiro é muito importante para a Renault. Temos 19 concessionárias completas mais uma unidade Renault Minuto com um trabalho com a rede de concessionários. Houve uma estruturação maior ainda da rede. BH tem três grupos fortes e tradicionais (Carbel, Minas France e Valence) que atendem a região metropolitana, e a gente tem tido um investimento em todo o Estado. 

Qual é a posição de Minas Gerais no ranking de vendas da Renault entre os Estados brasileiros?

Enquanto o mercado total de Minas Gerais cresceu 23,1% em 2019, crescemos 27,2%, acompanhando o crescimento em BH, expandindo nossos volumes nas demais praças cobertas pela marca no Estado. Em Minas Gerais, a Renault é a quarta marca em 2019, crescendo em 3,2% ou em 0,4 pontos percentuais nossa participação em relação a 2018, sendo a terceira marca no ranking em dezembro de 2019. A Renault BH foi a quarta marca em 2019, mantendo nossa participação de mercado, sendo a primeira marca no ranking em dezembro de 2019, com 20,8% de participação de mercado.

 

Fonte: O Tempo – 22-01

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