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Braskem planeja levar economia compartilhada ao setor de plásticos

10 de Setembro de 2018

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Maior fabricante de resinas termoplásticas das Américas, a Braskem se uniu à startup brasileira Peerdustry para desenvolver uma plataforma de economia compartilhada dedicada ao setor de plásticos. A ideia é que transformadores e outros participantes da cadeia do plástico possam se beneficiar do uso comum de máquinas e equipamentos e reduzir o índice de ociosidade no setor, que exibe taxas elevadas desde a crise econômica.

Num primeiro momento, a ideia é que demanda e essas capacidades se encontrem, mas outros serviços podem ser desenvolvidos. Embora os ativos mais relevantes sejam máquinas e equipamentos, já se admite que mão de obra pode ser também objeto de compartilhamento.

Na avaliação do diretor de Marketing e gestão de desempenho da unidade de polímeros da Braskem, Fábio Santos, a economia compartilhada, que tem entre seus expoentes Uber e Airbnb, é também tendência para a indústria. "Qualquer iniciativa que fortaleça a atividade [da cadeia do plástico], como o uso compartilhado dos ativos, é benéfica para a Braskem", diz o executivo.

A ideia de aplicar esse modelo ao setor nasceu dentro da petroquímica e a levou à Peerdustry, que há cerca de três anos desenvolveu plataforma de uso compartilhado de máquinas para a indústria metal-mecânica, especialmente para usinagem. Hoje, no total, são 2,2 mil equipamentos cadastrados.

De acordo com fundador da startup, Bruno Gellert, no modelo desenvolvido para o setor metal-mecânico, a Peerdustry entendeu que teria de ir além da simples locação de equipamentos e apostou na chamada fabricação na nuvem. Desde a escolha do equipamento até a fabricação do produto, que será entregue ao cliente, é gerenciada e executada via plataforma. "Cada vez mais a produção é distribuída em pequenas empresas altamente flexíveis", afirma.

Para o setor de plásticos, contudo, ainda não há definição do modelo que será adotado. Com o lançamento da parceria neste momento, o plano prevê um ano de trabalho inicial, do qual seis meses dedicados a avaliação e discussões e mais seis meses para a implementação de protótipos. Ao fim do período, a parceria terá testado diferentes propostas e a melhor vai ao ar, disponibilizada pela Peerdustry.

Segundo Santos, da Braskem, há conversas sobre possíveis modelos e a petroquímica vai aportar na parceria o conhecimento que tem do setor de plásticos e sua rede de conexões. A próxima etapa é ir a mercado e conversar com as empresas de terceira geração petroquímica para iniciar a construção da plataforma. "A ideia é unir a agilidade da startup com o conhecimento de mercado e acesso", diz.

Com oito funcionários, a Peerdustry tem sede em São Paulo e desenvolveu uma plataforma inédita. No mundo, no setor de metal-mecânica, se tem notícia de apenas mais uma startup, com a mesma idade, que atua também em usinagem, e uma iniciativa do governo chinês para administrar de forma mais eficiente seus ativos.

Fonte: Valor Econômico – 10/09/2018

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