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Brexit abre oportunidade de exportações para Minas

13 de Janeiro de 2021

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A saída do Reino Unido da União Europeia (UE), desligamento que aconteceu em 31 de dezembro de 2020, pode favorecer o agronegócio do Brasil e de Minas Gerais. Com a saída do grupo, foi estabelecido um novo regime tarifário britânico, no qual muitos produtos tiveram as alíquotas de importação reduzidas, zeradas ou simplificadas. Além dos produtos mais fortes na pauta exportadora do agronegócio de Minas Gerais, como o complexo soja, sucroalcooleiro, carnes e café, o Estado poderá atender à demanda britânica com frutas, mel e óleos essenciais, por exemplo.

Diante da oportunidade de expandir os embarques do agronegócio, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elaborou o estudo “Brexit e o novo regime tarifário britânico – Mudanças e oportunidades para o setor agropecuário brasileiro”.

Conforme os dados do levantamento, a partir deste mês de janeiro, a proposta do Reino Unido altera as tarifas de importação aplicadas sobre 563 produtos do agronegócio. Os bens para os quais as alíquotas foram reduzidas representaram 47,3% do comércio de produtos do agronegócio mundial com o Reino Unido. Quanto ao comércio com o Brasil, o montante liberado equivale a US$ 533 milhões (2019).

As exportações totais do agronegócio de Minas Gerais para o Reino Unido, em 2019, movimentaram US$ 107,3 milhões, com destaque para o café, com US$ 74,5 milhões, complexo soja, US$ 29,1 milhões, frutas (incluindo castanhas e nozes), US$ 517 mil, carnes, US$ 233 mil, e sucos, com a movimentação de US$ 229,9 mil.

Com as novas regras tributárias, dentre os produtos, frutas como os limões tiveram reduções tarifárias de quase 14 pontos percentuais em relação às adotadas pelo bloco europeu. Ainda conforme o estudo da CNA, um dos setores mais beneficiados é o de óleos essenciais, que teve as tarifas liberadas para todos os produtos.

A coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, explica que a pauta exportadora do Brasil e de Minas Gerais para o Reino Unido é diversificada, especialmente em cadeias tradicionais como a de carnes, café, soja e complexo sucroalcooleiro.

Além destas cadeias, há potencial de exportar produtos de outras não tão tradicionais e que têm um potencial de valor agregado bem maior, como as de frutas, óleos essenciais e outras oleaginosas.

“Com a saída do mercado britânico da UE, aconteceram muitas mudanças tarifárias e que se aplicam a todos os países, não somente ao Brasil. Então, ainda que seja uma possibilidade do mundo inteiro exportar para o Reino Unido, é um potencial muito grande para nós, já que exportamos alguns volumes. O Reino Unido não está entre os cinco maiores importadores do Estado, mas temos potencial, em especial, para as frutas – como o limão – e produtos apícolas, por exemplo”, avalia.

Agro.BR – Ainda segundo Aline, em Minas Gerais, o projeto Agro.BR, convênio entre a CNA e Apex-Brasil, será um diferencial para que o produtor consiga acessar novos mercados, como o do Reino Unido. O projeto de internacionalização tem o objetivo de capacitar, planejar e viabilizar a geração de negócios internacionais para pequenos e médios empresários rurais brasileiros.

“O mercado do Reino Unido é exigente e paga por produtos de maior valor agregado e diferenciados, e nós temos qualidade e variedade. Temos potencial para agregar novos produtos na pauta e articular cada vez mais. O processo envolve estratégias de governo, e o produtor também precisa adequar a produção, buscando conhecer o mercado, buscando por compradores e oferecer produtos cada vez melhores, com embalagens diferenciadas, marca e direcionados para o mercado comprador”, diz Aline.

 

Fonte: Diário do Comércio – 13/01

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