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Cana/Rabobank: Prioridade ao açúcar no Brasil fará produção de etanol cair 6 a 7 bi de litros em 2020/21

19 de Junho de 2020

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A perspectiva de aumento no mix açucareiro na safra 2020/21 de cana-de-açúcar brasileira deve levar a uma redução de 6 a 7 bilhões de litros na fabricação de etanol ante a temporada anterior, avalia o Rabobank. Em relatório divulgado nesta manhã, analistas afirmam que mesmo depois da retração no consumo de combustíveis até o momento, se houver uma recuperação na demanda no segundo semestre, isso ainda levaria a um aperto no mercado diante da oferta reduzida. 

Além da demanda pelo biocombustível, outro ponto de atenção é o clima nas principais regiões produtoras do Centro-Sul do Brasil, afirma o banco. Embora o clima mais seco desde março tenha favorecido a aceleração da safra na Região, ainda pode afetar a produtividade da cana caso persista nos últimos meses da colheita. 

Ainda no que tange aos fundamentos, os analistas ressaltam que as exportações globais neste ano devem depender muito do desempenho do Brasil. "A situação atual mostra isso - demanda externa alta para o açúcar brasileiro, cotado com um pequeno prêmio sobre

Nova Iorque, e os portos trabalhando a pleno vapor", avaliam.

Em relação aos preços no mercado internacional, o Rabobank observa que as cotações do açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram forte oscilação nas últimas semanas influenciados pela volatilidade do petróleo e da taxa de câmbio. Em um cenário de fundamentos baixistas, com aumento da oferta brasileira, o movimento altista na bolsa pode estar refletindo "um tipo de prêmio associado ao risco inédito da pandemia, que poderia impactar operações tanto no Brasil quanto em outros países-chave do mercado, como a Índia", afirma o banco no documento.

O Rabobank projeta que, no curto prazo, a alta nos preços globais do petróleo estará vulnerável a uma correção, em função de um volume ainda grande de estoques disponível. A queima desses estoques e a redução na produção, entretanto, podem fornecer um sustentação aos preços. Enquanto isso, o mercado continua monitorando a trajetória do consumo de combustíveis.

 

Fonte: Broadcast Agro via UDOP – 18/06

 

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