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Carro 100% a álcool ganha em eficiência, mas espanta consumidor

09 de Abril de 2018

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A evolução dos motores flex reduziu as diferenças de funcionamento, com baixo nível de ruído e vibrações seja com etanol ou gasolina. Contudo, o resultado poderia ser ainda melhor.

Além do ganho ambiental por não queimar combustível de origem fóssil, motores modernos teriam eficiência superior caso utilizassem apenas etanol, dizem engenheiros do setor automotivo.

"Cerca de 70% das emissões vêm de carros de passeio, por isso é importante o uso do biocombustível. O que é emitido de carbono na queima do etanol acaba compensado pelo ciclo da cana. Motores 100% a etanol são perfeitamente viáveis em um futuro próximo", afirma Ronaldo Ernesto, gerente de pesquisa e desenvolvimento na Honda.

 Contudo, a possibilidade de carros a álcool voltarem às lojas é remota.

A reportagem ouviu as principais fabricantes no Brasil, e todas afirmaram não haver planos para lançar veículos movidos apenas pelo combustível de origem vegetal. Segundo José Loureiro, gerente de desenvolvimento da Volkswagen, todas as pesquisas mostram que os clientes querem carros flex.

A crise de abastecimento de álcool do fim dos anos 1980, época em que mais de 90% dos carros vendidos eram movidos a etanol, traumatizou os consumidores.

"Minha família entrou em uma roubada na década de 1980 quando meu pai comprou um carro a álcool, não quero passar por isso novamente", afirma o engenheiro mecânico Marcos Bianchi Alonso, 43.

No início dos anos 2000, versões de modelos Fiat e Volkswagen ainda podiam ser movidas a álcool, mas foram aposentadas em 2003, quando o primeiro Gol flex foi lançado.

O Brasil é o único país em que um automóvel consegue rodar abastecido com E100, que é o álcool puro. Nos EUA há o E85, que é a mistura de etanol de milho com 15% de gasolina.

Fonte: Folha de São Paulo - 09/04/2018

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