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Cenário incerto reduz expectativa de investimento da indústria, indica FGV

19 de Setembro de 2018

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A incerteza política, e o ritmo fraco de recuperação da economia, levaram a indústria a um compasso de espera nos investimentos. É o que mostrou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV) ao anunciar recuo de 3,1 pontos no Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria da Transformação, entre o segundo e terceiro trimestres deste ano, para 113 pontos. Com o desempenho, a intenção de investimento da indústria mostrou nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2017 (105,1 pontos).

A incerteza sobre o próximo presidente e a condução de política econômica, junto com a recuperação débil da demanda, levou o empresariado a engavetar projetos e aguardar 2019 para investir, afirmou Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas públicas do Ibre/FGV.

Na sondagem, que abrange respostas de 656 empresas, houve redução da proporção de empresas que preveem investir mais, de 28,9% para 28,3%, e aumento da proporção das que preveem investir menos, de 12,8% para 15,3%. Em relação ao grau de certeza com relação ao plano de investimentos, a proporção de empresas certas quanto à execução do projetado nos 12 meses seguintes foi de 27,5% no terceiro trimestre, e a de incertas, 31,9%.

"Creio que a incerteza eleitoral é um componente muito importante [para entender o resultado], empatado com ritmo de crescimento da economia, que está lento mesmo", resumiu ele.

Ao detalhar o cenário político, Campelo lembrou que, até o momento, a indefinição sobre quem ocupará a Presidência também é um ponto de incerteza sobre quais serão as regras para investir, no ano que vem.

Outro aspecto que tem desanimado o setor empresarial é o ritmo lento de recuperação da atividade econômica, com sinais pouco expressivos de reação no mercado interno. A indústria ainda entende que a recuperação econômica prossegue, mas a cadência está muito mais lenta do que esperado. "A greve dos caminhoneiros abriu um 'flanco' na recuperação da economia" disse Campelo.

No entanto, o economista não descarta possível reação de investimentos na economia no final do ano, após resolução do pleito presidencial no final de outubro.

Valor Econômico – 19/09/18

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