Censo Agro/2017 - Agronegócio mineiro é mais equilibrado do país em tamanho e propriedade

Minas foi o Estado que mostrou maior equilíbrio quanto ao tamanho das propriedades, na comparação com o Brasil, de acordo com a prévia do Censo Agro 2017 – com dados coletados em 11 anos, de 2006 a 2017, divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Belo Horizonte.

“A proporção entre o número de estabelecimentos e a área que ocupam é mais equilibrada em Minas que no resto do país”, revela Humberto Silva Augusto, coordenador técnico do levantamento do IBGE no Estado. Isso porque estabelecimentos com menos de 20 hectares são maioria no território mineiro, 42,8%, enquanto no país esse percentual é de 38,34%. Vinte hectares correspondem a 28 campos de futebol.

Em relação à utilização das terras, a maior área dos estabelecimentos do Estado, 51%, é destinada à pastagem. As lavouras temporárias correspondem a 10,5%, sendo a de eucalipto a maior delas. Entre as lavouras permanentes, que correspondem a apenas 4,6%, o destaque é a de café. “Mais da metade da produção de café do país, cerca de 60%, está no Estado”, pontua.

Minas Gerais aumentou também o número de hectares em área ocupada por estabelecimentos agropecuários do tamanho do Rio de Janeiro, um total de 4,8 milhões de hectares, expansão de 14%.

O nível de escolaridade dos produtores mineiros é superior ao da média nacional. No Estado, 8,54% têm curso superior, enquanto no Brasil são 5,84%. Em contrapartida, 10,56% dos produtores de Minas nunca frequentaram escola; a média nacional é de 15,44%. A divulgação completa dos dados do Censo Agro 2017 está prevista para o primeiro semestre de 2019.

Produção local de leite triplicou

A produção de leite em Minas Gerais praticamente triplicou desde 1975, de acordo com a prévia do Censo Agro 2017, passando de cerca de 3 milhões de litros por ano para aproximadamente 9 milhões de litros. A área utilizada para a produção, entretanto, se manteve praticamente a mesma durante esse período. De acordo com o levantamento, o efetivo bovino no país é de 171,8 milhões de cabeças de gado. Em Minas, esse total é superior a 19 milhões.

“O rebanho é praticamente o mesmo desde 1975. Isso mostra um aumento na produtividade, na eficiência da produção de leite, dado claramente revelado por esse censo”, afirma Humberto Silva, coordenador técnico do Censo Agro 2017 do IBGE no Estado.

A área irrigada em Minas Gerais mais que dobrou nos últimos 11 anos: cresceu 116%, contra 52% da média nacional. “É um aumento a ser analisado. Teve um valor muito expressivo, e essa água da lavoura compete com a de consumo humano. Isso é um dado preocupante”, alerta Silva.

Agrotóxicos

 O número de estabelecimentos do agronegócio que usam agrotóxicos também cresceu. Em Minas Gerais, subiu 60% desde 2006. No país, o aumento foi bem menos forte: 20,4%, chegando a 1,7 milhão. “Apesar de Minas ter tido um aumento bem superior ao do Brasil, o índice de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos em Minas Gerais ainda é inferior ao do Brasil. Esse aumento é a ‘indústria da produtividade’, porque o produtor, imediatista, ainda procura resolver da melhor maneira e da forma mais rápida possível”, conta Humberto Silva.

Internet

Cresceu, e muito, o acesso à internet nos estabelecimentos do agronegócio. O salto nos últimos 11 anos foi de 2.114% em Minas Gerais. No país, 1,425 milhão de produtores declararam ter acesso à internet, um salto de 1.790% ante 2006.

“Com essa evolução tecnológica, o agricultor também procura ampliar sua produção. E a informação é a base de toda evolução. Então, esse aumento da internet em todos os meios, urbano e rural, era de se esperar”, analisa Humberto Silva, do IBGE.