22 de Agosto de 2019
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Na nova safra de cana da Índia, a começar em outubro, há possibilidade de que a China absorva até 3 milhões de toneladas de açúcar. Esse canal de comércio não passa mais por Nova York, ou seja, a bolsa de futuros não precifica mais essa alta demanda pela razão direta de que o negócio é feito em bases de acordos bilaterais.
E isso vem se constituindo também num viés considerável a deprimir mais solidamente os preços no mercado internacional da commodity.
Se a Índia for exportar no mínimo 6 milhões de toneladas, e a Safras & Mercado registra que há análises que elevam para até 8 milhões/t, os chineses podem ficar com a metade. E ainda assim não encurtaria a balança do açúcar global, já que tem o Brasil fornecendo (ainda que cada vez mais em menor volume), a Tailiândia, Paquistão, Europa e América Central.
Esses acordos comerciais, ao qual o analista da Safras, Maurício Muruci, agrega com o Oriente Médio, é aproveitado com o subsídio ofertado pelo governo indiano aos produtores – e alvo de contestação oficializada junto à Organização Mundial de Comércio (OMC), por Brasil, Austrália e Guatemala.
Na safra que termina, a China pegou até 2,5 milhões/t e na passada, 1,5 milhão/t, o que raspa os 50% da produção exportável da Índia, avalia Muruci. As negociações bilaterais mostram avanço nas aquisições do gigante asiático.
Lembra-se também que os chineses estavam aplicando um tarifa adicional ao açúcar brasileiro por antidumping, mas houve acordo em maio sem que o Brasil fizesse uma consulta à OMC.
Nesse cenário, a ICE Futures não reage mesmo com a safra do Centro-Sul brasileira quase entrando no período final, quando a produção decresce, e ainda com o etanol podendo ganhar mais preços de setebmro/outubro em diante. “O Brasil não precifica mais”, na opinião do analista.
Nesta quarta (21), o contrato de outubro perdeu mais 5 pontos, e fechou em 11.39 centavos de dólar por libra-peso.
MoneyTimes - 21/08/2019
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