10 de Junho de 2020
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na terça (9), uma conversa ao vivo pelas redes sociais para discutir as perspectivas para o produtor de cana-de-açúcar diante da crise do coronavírus.
O debate foi conduzido pelo presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Ênio Fernandes, e contou com a participação do gestor de Projetos do Pecege, Haroldo Torres, que iniciou sua apresentação destacando o papel da taxa de câmbio no setor sucroenergético.
“O câmbio afeta de forma relevante a receita com a exportação. Dessa forma, uma desvalorização cambial pode implicar em aumento da rentabilidade das usinas sucroenergéticas, entretanto, pode pressionar os custos de produção”.
Segundo Torres, o dólar pode afetar o custo-caixa agrícola das usinas por meio de três vetores: preço dos insumos agrícolas (fertilizantes, defensivos e corretivos), preço do diesel e preço do Açúcar Total Recuperado (ATR), sendo o último impactado diretamente pelos preços do açúcar para o mercado externo.
Petróleo – Ao falar sobre o cenário mundial do petróleo, Haroldo explicou que desde o início de 2020 o Preço do Petróleo Brent (US$/barril) apresentou uma queda de 40,82% (25,83% em real). “A queda nos preços do petróleo somada à desvalorização cambial do real vem apoiando uma maior produção de açúcar no Brasil na safra 2020/2021”.
Açúcar – Com relação ao açúcar, o gestor de Projetos do Pecege afirmou que, com a pandemia, o preço sofreu forte baixa em Nova York, em março de 2020. “A queda é reflexo dos impactos do coronavírus nos fluxos comerciais, dos baixos níveis de preço do petróleo e da expectativa de redução do consumo de açúcar, devido às restrições de movimentação das pessoas”.
RenovaBio – A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) também foi assunto da conversa. O presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Ênio Fernandes, questionou o especialista sobre as estratégias que o produtor de cana deve seguir para capturar os benefícios dos Créditos de Descarbonização por Biocombustíveis (CBios).
Os CBios são remunerações pagas às usinas produtoras de etanol pelos serviços ambientais. A CNA defende que os produtores rurais também participem desses ganhos, uma vez que as usinas compram matéria-prima deles.
“O produtor deve estar atento a duas questões: comunicação e negociação. O produtor rural é o maior responsável pela descarbonização, é ele quem vai dizer o valor dos CBios”, disse o especialista do Pecege.
Para o representante da CNA, os produtores e as entidades do setor precisam trabalhar unidos nas demandas dos CBios. “O discurso único é a chance de conquistar uma maior remuneração para o produtor”.
Sobre o comportamento da economia mundial e dos preços do petróleo nos próximos meses, Haroldo Torres acredita que o pior já passou. “A economia vai ter uma recuperação lenta nos próximos meses e o petróleo ainda vai ficar oscilando entre 45 dólares o barril daqui para o fim do ano, contra 65 dólares no ano passado”, concluiu.
Assista a conversa na íntegra aqui.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA – 10/06
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