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Cogen apresentará proposta de garantia física temporária à biomassa

04 de Maio de 2017

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A Cogen apresentará um pedido ao Ministério de Minas e Energia para que as usinas a biomassa possam utilizar um mecanismo de garantia física temporária aumentada em períodos de bandeira vermelha ou até mesmo amarela e aproveitar sua capacidade nominal de geração de energia. A ideia é a de proporcionar a venda dessa produção adicional no mercado livre para aproveitar o valor mais elevado do preço de liquidação das diferenças (PLD), o que estimularia usinas a injetar cerca de 15% a mais de energia na rede próximo ao centro de carga.

De acordo com a entidade, essa estimativa de capacidade de geração tem como base os volumes já apresentados pelo setor no biênio 2014 e 2015, quando o PLD estava a R$ 822/MWh. Naquele período as usinas buscaram combustível em diversas fontes para poder queimar e aproveitar o preço elevado para liquidar no mercado de curto prazo. Hoje, comentou a Cogen essa situação está inviabilizar em função da paralisia do fluxo de pagamento na liquidação financeira do MCP.

A ideia, explicou Leonardo Caio, diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, é permitir àquelas usinas que possuem uma garantia física limitada a um valor, e que poderiam estar com um volume mais elevado, a ter uma elevação desse montante no que se chamaria de garantia física temporária em épocas de bandeira vermelha ou até mesmo amarela para poder vender esse adicional ao mercado livre. Hoje, a única opção é liquidar ao PLD e que está com um alto nível de judicialização e com prioridades de recebimento de valores por um número determinado de agentes. Por isso não há o incentivo a gerar a mais do que a garantia física determinada, apesar de haver espaço para essa produção adicional.

“As usinas podem até gerar a capacidade adicional que possuem, mas não sabem como e quando deverão receber esses recursos já que ninguém paga o MCP”, ressalta o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte. Ele defende ainda que a fonte tem características de geração distribuída, pois está próxima à carga, evitando assim custos de transmissão, e ajuda a segurar água nos reservatórios.

Duarte lembra que somente no ano passado a biomassa ajudou a poupar cerca de 15 pontos porcentuais em termos de armazenamento nos reservatórios. Segundo essa estatística, o submercado Sudeste/Centro-Oeste estaria com um nível de armazenamento em algo próximo a 26% do total armazenado. Se aprovada a ideia, que será apresentada ao secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Eduardo Azevedo, em reunião nesta quinta-feira, 4 de maio, o volume poderia ser mais elevado por conta de um incentivo a essas usinas, que podem aproveitar o momento que é positivo para a geração a biomassa que tem essa capacidade adicional e ao mesmo tempo evitar o acionamento das térmicas que são mais caras e poluidoras.

“Na guerra, ok, paciência, precisa de energia e vale gerar a combustível fóssil, mas aqui no Brasil, não faz muito sentido acionar essas usinas quando temos essa disponibilidade”, finaliza.

(Fonte: Canal Energia – 03/05/17) 

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