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Com dólar elevado, usinas aceleram venda de açúcar da safra 2021/22

30 de Março de 2020

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As usinas sucroalcooleiras continuam aproveitando os elevados patamares do dólar em relação ao real para fixar os preços de exportação de açúcar para a safra 2021/22, que só começará em abril do ano que vem. Em uma avaliação baseada nos contratos futuros em aberto na bolsa de Nova York, Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting, estima que entre 10% e 15% dos embarques brasileiros da próxima temporada já estejam com preços fixados, afirmou ele ao Valor.

“As usinas já tinham aproveitado para fixar bem os preços da safra 2020/21 e agora estão aproveitando para fixar a próxima safra”, disse. A projeção do percentual considera uma estimativa preliminar de que o Brasil poderá exportar, na safra 2021/22, 20 milhões de toneladas de açúcar - o que significa que 2 milhões a 3 milhões de toneladas já estão com preços de exportação garantidos. O percentual poderá cair caso as projeções de exportação de açúcar cresçam.

Mas, para se ter uma comparação, a fixação antecipada de açúcar para exportação na safra 2020/21, que começa na próxima quarta-feira, chegou a 16% apenas em outubro do ano passado.

Segundo Corrêa, as usinas estão conseguindo fixar as exportações de açúcar para 2020/21 a preços bem remuneradores, em torno de R$ 1.440 a tonelada posto no porto de Santos e com prêmio de polarização (relacionado à qualidade).

O valor é quase 10% maior do que os preços de fixação que as usinas estavam acertando, até 29 de fevereiro, para os embarques de açúcar da safra 2020/21 (R$ 1.313 por tonelada).

As empresas estão fechando contratos a termo de dólar (NDF), aproveitando os patamares elevados da moeda americana para meados de 2021. Na última negociação dos contratos de dólar para julho de 2021 (pico da safra brasileira), o dólar estava a R$ 5,159, de acordo com o Valor Data.

A alta do dólar está compensando os baixos preços do açúcar no mercado futuro, mesmo para 2021 e 2022, para quando alguns bancos e casas de análise já esperam que o mercado volte a registrar superávit de oferta global.

Os preços futuros do açúcar na bolsa de Nova York recuperaram-se apenas marginalmente da queda iniciada no começo de março, mesmo nos contratos para o meio da safra 2021/21. Os papeis do açúcar demerara para maio de 2021 fecharam hoje a 11,58 centavos de dólar a libra-peso na bolsa de Nova York, após atingirem a mínima de 11,06 centavos de dólar a libra-peso em 18 de março. Em 2 de março, porém, os contratos estavam em 13,99 centavos de dólar a libra-peso.

 

Fonte: Valor Econômico - 27/03 

 

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