01 de Novembro de 2017
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Ainda que tenham registrado oscilações em geral modestas em outubro, as principais "soft commodities" exportadas pelo Brasil continuam a ser negociadas a preços bastante inferiores aos praticados há um ano na bolsa de Nova York.
Justamente em consequência de expressivas produções brasileiras, as cotações de açúcar, café e suco de laranja, cujas exportações globais são lideradas pelo país, encerraram outubro com variações negativas de dois dígitos em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega negociados no mercado nova-iorquino, o maior tombo nessa comparação é o do açúcar (35,56%), seguido pelas baixas do suco (22,26%) e do café (18,39%).
E, no que depender dos últimos movimentos dos fundos de investimentos que atuam em Nova York, há mais espaço para que as retrações se aprofundem do que para eventuais recuperações.
No caso do açúcar, cujo valor médio dos papéis de segunda posição foi 1,48% menor em outubro do que em setembro, ainda pesam sobre as cotações as previsões de superávit global, embora a safra brasileira, mais "alcooleira" que o previsto inicialmente, esteja chegando ao fim.
Foi por causa desse cenário mundial confortável que, na semana terminada no dia 24, o saldo líquido vendido dos fundos que atuam nesse mercado cresceu 4,5% em relação à semana anterior, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC).
Para o café, que em outubro caiu 3,45% em relação à média do mês anterior, as mais recentes apostas dos gestores de recursos ("managed money") também foram de queda. E isso porque tudo indica uma boa florada da safra 2018/19 no Brasil, ainda que o risco climático persista.
No mercado de suco de laranja, a aproximação do fim da temporada americana de furacões já começou a minar o suporte que fez o valor médio dos contratos futuros de segunda posição aumentar 4,29% em outubro em relação a setembro – e reduzir um pouco a baixa acumulada sobre outubro de 2016.
Daí porque, na semana encerrada no dia 24 de outubro, os gestores de recursos reduziram suas apostas na alta da commodity, que volta a sofrer a pressão da recuperação da oferta brasileira depois da forte redução do ano passado.
Na bolsa de Chicago, onde são referenciados os principais grãos negociados no mercado internacional, as variações em outubro voltaram a ser tímidas, e os patamares de negociação de soja e milho, fundamentais na pauta brasileira de exportações, continuam mais ou menos os mesmos que há um ano.
De acordo com o Valor Data, o valor médio dos contratos futuros de segunda posição da soja subiram 1,43% em relação a setembro e registraram alta marginal de 0,2% na comparação com outubro de 2016.
Mas, tendo em vista o andamento da colheita da safra 2017/18 nos Estados Unidos e do plantio do mesmo ciclo no Brasil, os "managed money" reduziram suas apostas na valorização da oleaginosa.
Em boa medida, essas apostas vinham sendo sustentadas pelo atraso na semeadura no Centro-Oeste brasileiro, principalmente em Mato Grosso, em virtude das chuvas irregulares. Mas as previsões sinalizam uma melhora do clima, o que aumenta a pressão de baixa.
Esse mesmo fator influencia o mercado de milho em Chicago. Em outubro, a segunda posição subiu 0,6% sobre setembro, o que fez a média do mês ficar 1,09% superior a de outubro do ano passado. Mas as perspectivas são igualmente baixistas, e os gestores de recursos ampliaram as apostas nesse sentido na semana terminada no dia 24.
Nesse contexto, para os exportadores brasileiros de commodities agrícolas o alento é a recente valorização do dólar, que torna as exportações mais rentáveis. Para as tradings, contudo, essa relativa estabilidade dos preços tem afetado os negócios (ver Tempos difíceis para as grandes tradings).
(Fonte: Valor Econômico – 01/11/2017)
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