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(Conferência Datagro) – Projeção da safra 21/22 indica moagem de cana de 575 milhões de t no CS

27 de Outubro de 2020

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A safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Centro-Sul Brasil deve ter uma queda na moagem, para 575 milhões de toneladas, segundo a 1ª estimativa da Consultoria DATAGRO divulgada nesta terça-feira (27) pelo CEO da DATAGRO, Plinio Nastari, durante o painel Arena FMC: Perspectivas de produção e balanço oferta e demanda de açúcar e etanol no Brasil nas safras 2020/21 e 2020/22, com apoio da DATAGRO Markets, na 20ª Conferência internacional sobre açúcar e etanol.

O rendimento industrial pode atingir 141,20 kg ATR/tc na nova temporada no Centro-Sul. A produção de açúcar na safra 2021/22 deve ficar em 36 milhões de t na região, sobre 38 milhões de t em 2020/21, enquanto a produção de etanol na próxima temporada é estimada pela DATAGRO em 25,50 bilhões de litros, sobre 27,06 bilhões de l em 2020/21.

"A nova safra tem previsões em meio ao clima seco e com chuvas abaixo da média desde março em diversas áreas do Centro-Sul e até do Nordeste do Brasil", afirma Nastari, destacando a ocorrência e continuidade nos próximos meses do fenômeno climático La Niña. A mediação do painel nesta terça-feira foi de Mario Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG).

Durante a apresentação na 20ª Conferência internacional DATAGRO sobre açúcar e etanol, também foram apresentados os números da safra 2020/21, com moagem estimada pela DATAGRO em 596,39 milhões de t no Centro-Sul do Brasil. O rendimento industrial é estimado em 144,04 kg ATR/tc. Nastari pontuou que a pandemia do coronavírus foi um fator que chamou a atenção durante essa atual temporada, com queda na demanda e oscilações de preços.

"Na Safra 2020/21, o produtor de cana-de-açúcar passou de uma situação favorável, para um momento complicado com a pandemia diante de queda no consumo interno, queda do preço do petróleo, gasolina e etanol, mas esse caminho mudou a partir de junho com a retomada dos preços", afirma Nastari. O preço do açúcar na Bolsa de Nova York (ICE), que chegou a ficar abaixo de US$ 12 c/lb, agora está cotado na faixa de US$ 14 c/lb.

Mário Campos

Mário Campos perguntou sobre a competitividade de terras entre a cana e outras culturas. Segundo Plínio Nastari observa que em regiões de fronteira de grãos com cana, os agrônomos estão observando que as áreas de cana estão sendo convertidas para soja e milho. Já nas regiões de grande concentração de cana ainda não ocorre nessa intensidade, mas sem dúvida, traz um impacto econômico grande porque cria pressão no valor de arrendamento de terra. “A previsão de uma moagem menor em 21/22 embute essa competitividade”, ressaltou.

Plínio destacou, também, a competividade com a celulose, o que tem impactado de forma positiva o preço do bagaço de cana. “O pessoal não fabrica mais cavaco e entrega a tora inteira, então o bagaço fica em evidência para alimentar o gado confinado”, destacou. Para as safras seguintes, pode-se ter uma ocupação maior da área de pastagem degradada, onde não existe muita viabilidade para grãos. 

Por outro lado, Mário Campos e Plínio Nastari destacaram que os avanços na produtividade da cana estão surgindo em função da muda pré-brotada e a introdução da meiosi, o que contribuiu para um rendimento agrícola melhor.

 

Fonte: Datagro/Gerência Comunicação SIAMIG – 27/10

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