Notícias

Conheça as top tecnologias brasileiras: inovações que aumentam produtividade e longevidade do canavial

02 de Outubro de 2017

Notícias

Novas variedades estão ajudando o setor a se adaptar às mudanças que estão ocorrendo nos canaviais. Boa adaptação à colheita mecanizada, elevado teor de sacarose, resistência a doenças, como a ferrugem alaranjada, são algumas características dos novos materiais, lançados pelos programas de melhoramento genético do país nos últimos anos.

Outra novidade que começa a ser disponibilizada para o setor é a cana-energia, com elevado teor de fibra, apropriada para a geração de bioeletricidade e para a produção de etanol celulósico.

A primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada aprovada para comercialização no mundo, foi lançada em junho pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Após passar por rigorosa avaliação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) do governo brasileiro, a Cana Bt obteve aprovação para uso comercial pois foi considerada segura sob os aspectos ambiental e de saúde humana e animal.

A variedade CTC 20 Bt tem como característica a resistência à broca da cana (Diatraea saccharalis), principal praga que ameaça a cultura. O gene Bt (Bacillus thuringiensis) é amplamente utilizado na agricultura, há mais de 20 anos, nos principais países produtores do mundo, incluindo o Brasil, em culturas como soja, milho, algodão, entre outras.

Gustavo Leite, presidente do CTC, explica que nos próximos anos o Centro planeja expandir o portfólio de variedades resistentes à broca, adaptadas a cada uma das regiões produtoras do Brasil. Além disso, o CTC também planeja desenvolver variedades resistentes a outros insetos, bem como tolerantes a herbicidas

Novos espaçamentos no plantio

A mecanização da colheita está exigindo que as unidades sucroenergéticas busquem novos espaçamentos no plantio de cana, com o objetivo de evitar o pisoteio da soqueira e a compactação da linha da cana. O duplo alternado – conhecido também como sulco duplo ou combinado – está ampliando o seu espaço nos canaviais.

Uma das vantagens desse sistema é o menor caminhamento da colhedora que percorre 4.000 metros por hectare no 0,90 m x 1,60 m ou 4.555 metros no 0,90 m x 1,50 m, que são as medidas mais adotadas no duplo alternado.

Apesar de pouco difundido no Brasil, o base larga – que utiliza geralmente o espaçamento 1,80 m ou 2,00 m – tem se tornado também uma boa solução, pois melhora as condições do canavial, facilitando, por exemplo, a canteirização, ou seja, o cultivo exclusivamente na linha da cana.

Outra técnica que, com a popularização do uso do piloto automático, voltou a ser adotada pelo setor de cana é a Meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente), na qual planta-se uma ou duas linhas de cana intercaladas por oito ou mais linhas de cereais ou adubação verde. Quando estiver no ponto da formação do canavial, esta cana é colhida com colhedora convencional e seus toletes preenchem as linhas onde estava a cultura intercalar.

MPB reduz quantidade de mudas

O desenvolvimento do sistema de Mudas Pré-Brotadas, conhecido como MPB, está criando novas perspectivas para o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Além de permitir a rápida produção de mudas, o MPBeleva o padrão de fitossanidade e uniformidade do plantio, favorecendo o aumento de produtividade agrícola.

Outra vantagem é a quantidade de mudas utilizadas, que tem uma redução de dezoito a vinte toneladas, no plantio convencional, para duas toneladas no MPB. O sistema tem sido divulgado mais intensamente desde 2009 pelo IAC – Instituto Agronômico de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado

A melhoria do paralelismo nos canaviais proporcionada pelo piloto automático tem contribuído para a redução significativa de perdas na colheita mecanizada. Mas, não é só isto. Os recursos do piloto automático possibilitam ainda maior velocidade nas operações e trabalho no período noturno, entre outros fatores que geram ganhos de rendimento.

Atividade que está fortemente ligada à agricultura de precisão, a aplicação de insumos em taxa variada, como calcário, fósforo, potássio, tem gerado resultados positivos, explorando o potencial produtivo de cada área a partir da análise detalhada das necessidades nutricionais.

Drones e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) também estão se tornando novos aliados da agricultura de precisão, pois podem identificara existência de pragas, falhas em lavouras, áreas atingidas por erosão, deficiências hídricas e assoreamento de rios, bem como estimar a produtividadedo canavial.

Produtividade “transborda” com o gotejamento

Com elevada eficiência energética, o sistema de irrigação por gotejamento é considerado uma tecnologia de ponta que cria condições para que o canavial tenha alta performance em relação à produtividade agrícola. Esse sistema possibilita que a água, juntamente com vinhaça e até mesmo com fertilizantes e defensivos, seja aplicada diretamente na raiz da planta, o que diminui custos com o volume hídrico, energia, insumos e mão de obra.

Apesar de exigir um investimento elevado para a sua implantação, o gotejamento torna-se compensador pois pode aumentar a produtividade e a longevidade do canavial em até 200%.

Insumos turbinam performance dos canaviais

Alguns insumos estão ajudando a turbinar a produtividade agrícola dos canaviais. Entre eles, destacam-se os adubos foliares, que fornecem micronutrientes, como Boro, Magnésio, Zinco, Enxofre, que são importantes para as atividades metabólicas das plantas.

Produtos denominados de bioestimulantes, como biorreguladores, ácidos húmicos, aminoácidos, entre outros, também ajudam a elevar a produtividade, pois melhoram a resistência da planta ao estresse hídrico, aumentam a eficiência da adubação, favorecem até mesmo o melhor aproveitamento da matéria orgânica.

(Fonte: Jornal Cana – 02/10/17)

Veja também