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Consumo recua 0,6% de janeiro a maio em Minas

07 de Julho de 2017

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O consumo de combustíveis no Estado caiu 0,6% de janeiro a maio na comparação com o mesmo período de 2016. Nesta mesma comparação, as vendas de óleo diesel também caíram 0,4%. Para o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), a retração, especialmente no que se refere ao diesel, reflete a recessão econômica do País.

De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre janeiro e maio, o Estado consumiu 2,717 milhões de metros cúbicos de óleo diesel, uma redução de 0,4% frente ao volume consumido nos mesmos meses de 2016 (2,717 milhões de metros cúbicos).

Para o diretor do Minaspetro, Bráulio Chaves, o consumo de óleo diesel caiu em Minas Gerais em reflexo à crise da economia nacional. O combustível é um excelente indicador da atividade econômica, pois é usado pela frota de caminhões e veículos pesados que escoa a produção.

“Há um desaquecimento geral na economia e isso reflete no consumo de diesel. Tradicionalmente, o consumo de combustíveis anda um pouco mais acelerado que o PIB (Produto Interno Bruto) e, quando percebemos uma queda no consumo de diesel, isso pode ser um indicativo que deve ocorrer uma redução um pouco mais forte no PIB”, argumentou Chaves.

Conforme o diretor do Minaspetro, o consumo do óleo diesel no Estado está concentrado em três grandes setores: transporte de cargas, mineração e o agronegócio. “Esses são os três pilares que sustentam o consumo de diesel em Minas. No agronegócio houve expansão, o que indica contração maior nos outros dois setores”, pontuou.

A situação da gasolina é um pouco diferente da do diesel. O consumo do combustível cresceu 7,4% no acumulado até maio deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2016. Para o diretor do Minaspetro, neste caso, o crescimento é resultado da retração no consumo do etanol.

“O início do ano é o período da entressafra da cana, quando, tradicionalmente, cai o consumo de etanol e cresce o da gasolina. Estamos no início da safra da cana-de-açúcar, o que tem provocado uma evolução nas vendas de etanol, com a consequente redução da gasolina”, disse.

 Chaves lamentou ainda o Projeto de Lei (PL) 3397/2016, já sancionado pelo governador Fernando Pimentel, que estabelece um aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis no Estado a partir de 1º de janeiro de 2018.

Com base no PL, o ICMS da gasolina deve passar de 29% para 31% e o do etanol de 14% para 16%. A taxa do imposto sobre o diesel não sofreu alteração. “Isso preocupa porque pode piorar a situação relativa ao consumo de combustíveis, que já está inserido no meio de uma forte recessão econômica, em que a cadeia produtiva inteira tem sofrido impacto”, afirmou.

Além disso, segundo o diretor do Minaspetro, também se discute no âmbito do governo federal o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis. “Isso sacrificaria ainda mais o consumidor, que já está penalizado pelo aumento da carga tributária no País e pela recessão econômica”, criticou.

A Petrobras anunciou ontem uma redução de 0,5% tanto para os preços da gasolina como para os do diesel nas refinarias, válida a partir de hoje. Esse é o terceiro reajuste nos preços dos combustíveis desde que a companhia anunciou as novas regras da política de preços, que permitem à estatal aumentar a frequência de seus ajustes.

A mudança foi divulgada na última sexta-feira. No mesmo dia, a Petrobras reduziu em 5,9% o preço da gasolina e em 4,8% o do diesel. Na segunda-feira, a estatal elevou o preço da gasolina em 1,8% e o do diesel, em 2,7%. Com informações da Agência Estado.

(Fonte: Diário do Comércio – 07/07/17)

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