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Coronavírus: Toyota adia o retorno da produção de veículos para junho

14 de Abril de 2020

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Com quatro fábricas instaladas no Brasil, montadora japonesa também anunciou que vai suspender temporariamente o contrato de trabalho de parte de seus colaboradores

Com quatro fábricas instaladas no Brasil, todas no Estado de São Paulo, a Toyota resolveu postergar o retorno da produção de seus modelos no país. Antes prevista para o próximo dia 22, a retomada das atividades fabris da marca será agora apenas em junho.

A montadora japonesa justifica o segundo adiamento do retorno da produção devido à queda de demanda do mercado por conta da pandemia do novo coronavírus. As fábricas de São Bernardo do Campo e Indaiatuba devem voltar a operar no dia 22 de  junho. Já as unidades da Toyota em Porto Feliz e Sorocaba tem retorno previsto para o dia 24 de junho, informou a marca nesta segunda-feira (13).

Suspensão de contratos

Além de prolongar a paralisação de todas suas plantas no país, a Toyota vai suspender temporariamente o contrato de trabalho de parte de seus colaboradores. Sem informar a quantidade de funcionários afetados pela medida, a montadora afirma que a medida visa preservar os empregos e que foi tomada em comum acordo com os sindicatos. 

O acordo aprovado impacta colaboradores horistas e administrativos de todas as áreas e níveis e preserva os salários líquidos entre 75% e 100% do seu valor, conforme a faixa de remuneração de cada colaborador.

Previsões que também podem mudar

Com exceção da Volvo, Hyundai e da Honda, que planejam retomar suas atividades fabris no fim deste mês, a maioria das montadoras com fábricas no Brasil concedeu férias coletivas a seus colaboradores e projetam o retorno da produção de veículos somente em maio. A Mercedes-Benz, por exemplo, só deve voltar a funcionar no dia 4 de maio.

Já a Fiat-Chrysler deve estender a pausa na produção pelo menos até o dia 21 de abril, mas documentos internos revelam que a paralisação das plantas da Fiat, em Betim (MG), e da Jeep, em Goiana (PE), pode durar até o fim do mês. Mesmo caminho da Volkswagen, que também só deve voltar a produzir carros no país a partir de maio. 

De acordo com a Anfavea (associação das fabricantes), no Brasil, há hoje 123 mil trabalhadores da indústria automotiva afastados de 63 fábricas em 40 cidades de dez Estados.

Pátios abarrotados, vendas em baixa

Em entrevista coletiva no início deste mês, o presidente da Anfavea Luiz Carlos Moraes, alertou que os estoques de produção das montadoras no Brasil (266,6 mil carros) seriam suficientes para atender a demanda do mercado por 48 dias, ou seja, todo mês de abril e parte de maio. O setor considera que o saudável é ter estoques para cerca de 30 dias. O dado reúne os veículos parados nos pátios das montadoras e das concessionárias.

“Tivemos dois momentos bem distintos em março. Até o começo da segunda quinzena, as vendas estavam em alta, com crescimento de 9% no acumulado do ano, em relação ao ano passado. Mas o avanço da pandemia em nosso país foi provocando a interrupção das atividades nas fábricas e nas concessionárias, fazendo com que fechássemos o mês com queda de 8% no acumulado do ano”, explicou o presidente da Anfavea.

De acordo com a associação, por conta da pandemia do novo coronavírus, em março, as vendas de carros zero quilômetro despencaram 21,8% em relação ao mesmo mês em 2019. Na produção de veículos, a retração foi de 16% no primeiro trimestre de 2020 comparado ao mesmo período do ano passado.

 

Fonte: O Tempo - 14/04 

 

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