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Decisão da Opep pode impactar estatal

25 de Junho de 2018

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O aumento da produção de 600 mil barris/dia de petróleo, anunciado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, na sexta-feira (12), lança incertezas sobre a continuidade ou não da trajetória de alta nos preços do barril, este ano.

A forma como o mercado reagirá à Opep nos próximos meses pode ter efeitos diretos sobre o comportamento da alavancagem da Petrobras, que vem se beneficiado da valorização da commodity em 2018. Na sexta-feira, o mercado reagiu bem aos números da Opep e o Brent para agosto fechou com alta de 3,42%, a US$ 75,55 o barril.

As projeções do plano de negócios da estatal se baseiam numa cotação do Brent a US$ 53 este ano - um barril quase US$ 20 abaixo dos patamares atuais. A evolução dos preços surpreendeu, tanto que a petroleira chegou a anunciar, em março, uma inédita operação de hedge que protege cerca de 20% da produção prevista da companhia para o ano contra quedas dos preços para abaixo de US$ 65 o barril.

Com a melhora das condições de mercado, o caixa da Petrobras se fortaleceu e cresceram as chances de a companhia conseguir intensificar seu movimento de redução de dívida. Hoje, a estatal tem como objetivo baixar a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de 3,5 vezes para 2,5 vezes ao fim de 2018.

As projeções se baseiam em cotação do Brent a US$ 53. Segundo o plano de negócios da Petrobras, o barril a US$ 70 para o ano, permitiria a estatal reduzir sua alavancagem para cerca de 2 vezes a relação dívida líquida/Ebitda.

O ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, pouco antes de renunciar, já havia sinalizado que, diante da valorização dos preços do petróleo, a companhia poderia chegar ao fim do ano com uma alavancagem "um pouco abaixo" da meta.

O acordo da Opep acontece também num momento em que a estatal discute uma meta de desalavancagem para 2019, e pode influenciar na definição dos números. Parente já havia mencionado, nos últimos meses, que a meta da companhia para os próximos anos "não é de 2,5 vezes".

O executivo já sinalizou anteriormente que a intenção da empresa é continuar a reduzir sua taxa de alavancagem e, até 2022, convergir o indicador para a média mundial das principais empresas de óleo e gás classificadas como "investment grade".

O atual plano de negócios da empresa define como premissa um barril a US$ 58 em 2019, US$ 66 em 2020, US$ 70 em 2021 e US$ 73 em 2022.

Fonte: Valor Econômico - 25/06/2018

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