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Demanda pelo etanol nos EUA deve subir e pode ser vantagem para o Brasil exportar o biocombustível

07 de Maio de 2021

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Apesar da safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Brasil, que teve início no mês de abril, ser menor do que a anterior, a demanda por etanol no Brasil deve seguir pressionada neste ano de 2021, ainda em decorrência dos isolamentos da pandemia do coronavírus, segundo estimativas da consultoria StoneX. No entanto, com o menor consumo interno e a alta do milho no mercado norte-americano, há oportunidades para exportação do biocombustível brasileiro para os Estados Unidos, atualmente o principal consumidor do mundo de etanol.

“Por mais que a gente possa observar a demanda mais retraída, os produtores brasileiros podem encontrar nas exportações um ambiente bastante favorável. Em primeiro lugar, por causa da nossa taxa de câmbio bastante desvalorizada, o que estimula as exportações. Além disso, temos observado que os EUA, principal consumidor do mundo de etanol, uma conjuntura de preços elevados por conta do milho”, destaca Rafaela Souza, analista de inteligência de mercado de açúcar e etanol da StoneX.

“Em termos de mercado, há uma expectativa bastante positiva de preços, tanto para o açúcar, quanto para o etanol. A expectativa é que a gente tenha uma continuidade do cenário de taxa de câmbio elevada e preços internacionais atrativos, o que contribui para manter as exportações em patamares aquecidos”, explica Fábio Costa, analista de mercado da Conab.

Há conjuntura de que, apesar do plantio de milho estar apenas começando nos EUA, haverá um cenário de estoques apertados do cereal, que é principal matéria-prima usada para destilação pelos norte-americanos, além de perspectiva do lado da pecuária e de etanol sustentada no país.

De acordo com a Conab, mesmo com os impactos da pandemia, durante o ano de 2020, a safra 2020/21 teve um balanço positivo de preços e de produção, em especial para o açúcar. “Os preços atrativos do mercado internacional e taxa de câmbio elevada acabaram estimulando as exportações do açúcar nesta safra, que saltaram cerca de 70% sobre a anterior”, afirma.

Porém, na última segunda-feira, a StoneX informou que a previsão de moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil teve uma queda de cerca de 6% no comparativo anual.

Apesar de um cenário positivo para exportação, a oferta de cana para produção de açúcar e de etanol será mais restrita. “Fica claro que, provavelmente, a gente vá ter um ano de preços bastante sustentados para o etanol no Brasil, especialmente se a demanda por exportação vier mais forte”, conclui Rafaela.

 

Fonte: Click Petróleo e Gás – 06/05

 

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