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Demanda por carros caiu 90% em abril no Brasil, 74% em maio e 50% em junho, diz Filosa, da Fiat

01 de Julho de 2020

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A evolução recente das vendas de veículos no Brasil deve confirmar a queda de 40% prevista pela Anfavea, associação das montadoras, para este ano, afirmou o presidente da FCA na América Latina, Antonio Filosa.

Segundo o executivo, as vendas no Brasil recuaram 90% em abril e 74% em maio, enquanto na Argentina a retração foi mais intensa (100% e 80%, respectivamente). “Em junho, estão se confirmando os números que havíamos previsto, mais ou menos 50% de queda”, disse na Live do Valor desta terça-feira.

Diante desse cenário, Filosa observou que se tornou mais difícil sustentar a atual estrutura de custos da companhia. Ele ressaltou que demissões “são o último recurso” e que a Medida Provisória (MP) 936 permitiu a manutenção dos empregos pelo menos até o fim deste ano.

Entretanto, caso a demanda não dê sinais vigorosos de retomada para 2021, o executivo disse que a companhia terá de avaliar como ganhar competitividade na estrutura de custos. “Se o Brasil e a América Latina replicarem a curva de retomada das demais regiões, ficaríamos mais confiantes para 2021. Em caso contrário, os custos deverão ser enfrentados de uma forma um pouco mais forte, mas espero que não seja necessário.”

Diálogo

Filosa afirmou que o governo brasileiro tem mostrado abertura para dialogar com toda a cadeia automotiva sobre possíveis soluções para a saída da crise. “É difícil antecipar como essas conversas serão finalizadas, mas existe abertura para a criação das possíveis curas momentâneas”, disse.

Segundo ele, a questão de manutenção dos empregos já foi equacionada até o fim do ano, a partir da edição da MP 936, mas as empresas ainda enfrentam problemas de caixa.

Em relação a incentivos fiscais, o executivo observou que o setor automotivo ainda sofre com problemas estruturais de carga tributária e ineficiências logísticas. Como forma de amenizar pelo menos a ineficiência logística, ele lembrou que a companhia tem um projeto de atração de fornecedores para se instalarem próximos à linha de montagem em Goiana (PE). Segundo ele, o plano está caminhando bem e há cerca de 40 empresas que devem aderir ao parque de fornecedores na região.

 

Fonte: Valor Econômico – 30/06

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