15 de Dezembro de 2017
Notícias
Se até o início da década o BNDES foi um dos principais apoiadores das usinas na expansão de capacidade do setor sucroalcooleiro, a tendência dos últimos anos de diminuição dos desembolsos para o segmento se confirmou em 2017. O quadro se deve sobretudo à redução dos empréstimos para a renovação de canaviais, um dos investimentos mais relevantes nas usinas.
De janeiro a outubro deste ano, o banco de fomento desembolsou R$ 1,528 bilhão para as usinas, 10% abaixo do emprestado no mesmo período de 2016. Segundo Artur Milanez, gerente de Biocombustíveis do BNDES, essa redução reflete a menor demanda das usinas ainda no ano passado, já que, da consulta à liberação, passam-se cerca de 12 meses.
Em geral, os desembolsos foram destinados a projetos para maximização do mix açucareiro e eficiência energética. A redução mais relevante ocorreu nos desembolsos do Prorenova, linha para renovação de canaviais.
O orçamento para a linha anunciado no Plano Safra 2017/18 subiu para R$ 3,5 bilhões ante R$ 1,5 bilhão na temporada anterior. Mas até o fim deste ano, 30% do custo financeiro ainda estará atrelado à Selic, o que ajudou a inibir a demanda, de acordo com Milanez.
Apesar da queda nos desembolsos, Milanez vê sinais de recuperação. As consultas realizadas por usinas, que podem ou não se tornar investimentos efetivos, subiram 80% nos dez primeiros meses do ano, a R$ 2,9 bilhões.
As consultas feitas até agora ainda não incluem a demanda por financiamentos do Prorenova. O orçamento para o próximo Plano Safra, o 2018/19, ainda não foi definido, mas o custo será 100% atrelado à TLP, e a linha passará a financiar o plantio de cana para duas safras – atualmente, a linha financia apenas o plantio da safra em curso.
Em julho, o BNDES extinguiu o Departamento de Biocombustíveis, cujos projetos passaram a ser operados pelo Departamento de Agroindústria. Segundo Milanez, a agenda para o setor está preservada e incluirá apoio à internet das coisas no campo e ao biogás.
Para fontes de bancos privados, porém, o BNDES não voltará a ter o mesmo papel para o setor que teve no passado dado o barateamento das operações em função da queda da Selic e de novas opções de financiamento, como os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).
Fonte: Valor – 15/12/17
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias