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Doces: além do prazer na alimentação, um reforço no orçamento

29 de Março de 2018

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Os doces marcam presença nos momentos de prazer dos brasileiros, como em comemorações ou encontros compartilhados com pessoas queridas. Porém, ele deixou de ser um item apenas da alimentação, e passou a se tornar cada vez mais presente no âmbito profissional e, consequentemente, econômico. Atualmente é um importante complemento da renda familiar, ou até mesmo a principal base da economia de diversas casas.

Com a Páscoa se aproximando, por exemplo, os profissionais que vendem esse tipo de alimento têm a oportunidade de contribuir ainda mais com a renda familiar, além de tornar a celebração de milhares de pessoas mais doce.

Muitas vezes, o que começa como um hobby se torna algo mais sério. Como o dia a dia vem se tornando cada vez mais corrido, principalmente nas grandes cidades, com boa parte do tempo ocupada pelo trabalho, as pessoas buscam frequentemente aliar a vida profissional ao prazer. Ou, por conta da crise econômica, recorrem a alternativas que sejam uma nova fonte de arrecadação.

O preparo de doces, como bolos, sorvetes e pães de mel é um costume antigo das famílias, principalmente em comemorações. “Porém, com a mudança de cenário econômico e até comportamental da população ao longo dos anos, podemos analisar dois quadros comuns atualmente – muitos que optam por sair da correria do dia a dia e passam a dar prioridade a outras coisas, como levar uma rotina mais tranquila; e aqueles que foram impactados diretamente pela crise econômica e perderam o emprego, recorrendo, à venda de alimentos, com ênfase nos doces”, afirma o antropólogo Raul Lody.

Ele conta que, inclusive, essa crise fez com que o número de pessoas que vendem doces aumentasse significativamente. Um exemplo disso é o aumento de novos microempreendedores individuais (MEI), que trabalham por conta própria e se formalizam como pequenos empresários. O índice de MEIs cresceu junto com o desemprego – de acordo com dados do Serasa, das 955,3 mil empresas abertas entre janeiro e maio de 2017, 79,2% eram MEIs. Em 2013, essa porcentagem ficava em 42%.

Por outro lado, existem aqueles que começam a vender diferentes tipos de doces para colegas de trabalho, de faculdade, familiares, amigos, entre outros, para complementar a renda. Esse é o caso da Cassia Pereira, de Recife, que começou a preparar e vender bolos assim que teve seu segundo filho. “Nesse momento notei que precisava aumentar a renda de casa, para oferecer melhores condições para meus filhos. Desde então já se passaram 24 anos”, conta.

Cassia, que atualmente trabalha com bolos mais elaborados, para festas como casamentos, conta que usar esse tipo de alimento como fonte de renda fez total diferença na vida de sua família, mas lembra que a base de tudo é o prazer e a dedicação – o lucro é a consequência.

“Há uma preferência nacional pelas comidas doces. O brasileiro gosta e se identifica com o açúcar, já que ele faz parte da identidade culinária, social e cultural do povo. Por isso, esse mercado vem crescendo continuamente e a tendência é que isso permaneça, com milhões de pessoas vivendo diretamente do trabalho de traduzir o açúcar em diferentes produtos alimentícios”, conta Raul.

Já Claudia del Mastro, de São Paulo, conta que começou a trabalhar com doces numa fase da vida em que não podia sair muito de casa, já que era responsável por cuidar de dois filhos e uma tia. Na época, trabalhava como dona de casa, mas sentia que precisava fazer algo a mais. “Não me sentia útil e tinha a necessidade de me desafiar, fazer novas coisas, e foi aí que comecei no ramo. Essa atitude mudou completamente a minha vida e de minha família. Além disso, pude começar a me relacionar mais com as pessoas, o que fez com que minha vida social melhorasse muito”, conta.

Claudia explica que sua família só não vive apenas da renda obtida com a venda de doces por não ser algo fixo. Caso contrário, seria possível manter a casa apenas com esse trabalho. “Apesar disso, a maior renda é a minha. Por meio do ‘boca a boca’ e divulgação dos meus doces na internet consegui uma ampla quantidade de clientes que se mantém fiéis e fazem com que a demanda seja satisfatória o ano todo”. Porém, ela destaca que a época de Páscoa, por exemplo, é a que mais gera resultados e contribui para um maior lucro.

Segundo Raul Lody, “as festas reúnem e comovem as pessoas, e também nelas há muitos e diferentes processos culinários que ressignificam as comidas e as tornam simbólicas. Isso acontece porque festa sem comida não é festa.

 No caso da Páscoa, o estimado ovo de chocolate se tornou item obrigatório, já que é uma delícia – mas o que muitos não sabem é que o ovo é um símbolo da fertilidade, vida, continuidade e renascimento, porque a Páscoa no Hemisfério Norte acontece na Primavera, que é a estação da renovação, da procriação, da colheita, das frutas, das flores e das cores; tudo isso é a Pascoa”.

O conselho de Cassia e Claudia para aqueles que estão começando na carreira “dos doces” é: não desistir, por mais difícil que possa parecer no começo. O prazer de preparar doces não tem só efeito nelas mesmas, mas também nos seus clientes, tornando a vida de todos mais doce e saborosa. Afinal, “se não for feito com amor, o resultado não fica bom”, finaliza Claudia.

Conheça mais sobre o açúcar e os doces no site da Campanha Doce Equilíbrio: www.siamig.com.br

Fonte: Campanha Doce Equilíbrio/Unica-SP – Março/18

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