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Efeitos das impurezas minerais da palha de cana-de-açúcar na indústria

01 de Fevereiro de 2018

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Resultados do Projeto SUCRE, conduzido pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), indicam a porcentagem de impurezas minerais presentes na palha de cana-de-açúcar após o processamento pelas usinas, considerando as três principais rotas de processamento industrial utilizadas atualmente no setor sucroenergético.

A partir de avaliações realizadas em usinas parceiras do Projeto, obteve-se os valores médios de 10,8% de impurezas minerais na palha trazida a granel colhida por forrageira, 8,1% de impurezas na rota integral, em que a palha trazida junto com os colmos e é separada do pelo sistema de limpeza a seco, e de 6,8% no processamento por fardos.

Esses valores foram obtidos com amostras de palha coletadas após o processamento industrial, imediatamente antes do ponto de mistura com o bagaço.

Esse foi um dos resultados industriais apresentados no Workshop de Resultados do Projeto SUCRE, que aconteceu em dezembro de 2017 no CTBE e marcou metade do tempo planejado para a realização do Projeto.

O objetivo inicial da equipe que realiza as avaliações dos impactos da palha na indústria foi caracterizar as diferentes rotas de processamento dessa biomassa nas usinas. Com base nessas informações, o SUCRE deve propor melhorias, sugerir rotas de processamento, desenvolver novos equipamentos e auxiliar o setor a direcionar investimentos.

Segundo o engenheiro agrônomo e integrante do SUCRE Fábio Okuno, os valores de impurezas minerais após o processamento industrial normalmente apresentam valores menores do que os encontrados na palha colhida nas rotas de recolhimento, envolvendo as etapas de aleiramento, colheita e transporte até a indústria.

O desejável é que a palha colhida no campo chegue à indústria com o menor nível possível de impurezas, de forma a minimizar o número de etapas necessárias no processamento industrial, bem como os efeitos prejudiciais dessa biomassa nos equipamentos envolvidos nessas operações.

Os resultados obtidos até o momento pela equipe que estuda as rotas de recolhimento da palha no SUCRE indicam um teor de impurezas minerais de 9,5% em base seca na palha a granel recolhida por forrageira, quando coletada dentro do transbordo, e 25,8%, quando amostrada no descarregamento da forrageira, logo após o recolhimento.

Tudo indica que essa diferença se deva ao fato de haver um processo de segregação das partículas de impurezas minerais durante o transporte. Com relação à rota de colheita integral, a palha transportada junto com a cana apresentou em média 11,6% em base seca de impurezas minerais. Nos fardos a média foi de 12%. Esses números ressaltam a importância do processamento industrial na adequação da qualidade da palha para a queima em caldeira, conclui Okuno.

Fonte: CNPEM - 31/01/18

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