17 de Maio de 2019
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A Jaguar anunciou o preço do I-Pace, seu primeiro modelo totalmente elétrico, que acaba de desembarcar no país. O SUV vai custar a partir de R$ 437 mil, mas você ainda terá que esperar um pouco para comprar essa versão mais barata.
A primeira leva do modelo, que já está nas concessionárias, não sai por menos de R$ 449.190, já que os carros vieram equipados com um pacote de opcionais recheado. Entre os itens, há teto panorâmico fixo, rodas de 20 polegadas e sistema que permite a sincronização de alguns aplicativos do celular com o veículo.
Equipado com dois motores elétricos alimentados por uma bateria de íons de lítio de 90kWh que rendem 400 cavalos e 69,6 kgfm de torque, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos e oferece autonomia de até 470 km com apenas uma carga da bateria, de acordo com a fábrica. A tração é integral (cada motor movimenta um eixo).
Além do carro, a Jaguar oferece uma série de garantias e serviços para não deixar na mão os clientes que ainda estão receosos em comprar um carro elétrico no Brasil. São cinco anos de garantia total e oito para a bateria, além das três primeiras revisões gratuitas (a cada 24 meses ou 34 mil km rodados) e atendimento em caso de pane ou falta de bateria em todo o território nacional por cinco anos, também sem custo adicional.
Para abastecer, nada de posto de gasolina. Ele pode ser plugado em uma tomada tradicional e 80% de sua bateria é carregada em dez horas. Ou seja: dá para deixar o carro ligado na tomada durante a noite. Se você não puder esperar tanto, é possível usar uma estação de recarga rápida de 100 kW e abastecer 80% da bateria em até 40 minutos. Ainda é um tempo considerável, mas que deve ser reduzido nos próximos anos.
Apesar das baixíssimas emissões, não dá para dizer que o impacto ambiental é zero. Lembre-se da poluição gerada para produzir o carro e a bateria.
Além de não emitir poluentes, os carros elétricos são extremamente silenciosos. Para se ter uma ideia do baixo nível de ruído do Jaguar I-Pace, ele ganhou um zumbido artificial emitido dentro e fora do carro. Durante o test drive, foi possível configurar o barulho da cabine em três volumes. Mas não espere um som de motor esportivo, daqueles que fazem a adrenalina subir.
Na estrada, é fácil inclusive perder a noção da velocidade, já que só é possível escutar o barulho do vento nos retrovisores externos. O som artificial, na verdade, tem uma boa justificativa - ele ajuda a prevenir acidentes. Em geral, ciclistas e pedestres costumam ficar mais alertas quando ouvem o ronco do motor a combustão.
Mas se o som do motor pode não empolgar, o desempenho certamente vai. E o responsável é o torque entregue instantaneamente: basta pisar no acelerador para a energia chegar imediatamente às rodas. O carro tem fôlego e disposição em qualquer velocidade, a sensação é de que o SUV sempre pode entregar mais, basta querer (ou poder, já que os limites de velocidade em geral não permitem). De acordo com a montadora, o 0 a 100 km/h é feito em 4,8 segundos. A transmissão é contínua, de uma velocidade, e funciona na prática como um automático convencional.
Curioso mesmo é o sistema de frenagem. O I-Pace tem uma função chamada frenagem regenerativa, que recupera energia da bateria nas desacelerações. Dirigi com esse modo ativo por praticamente todo o test-drive e quase não precisei pisar no freio: só é necessário utilizar o acelerador em boa parte do tempo, já que basta tirar o pé do pedal para que o I-Pace comece a parar. Dessa forma, o carro transforma a energia cinética, do movimento, em energia elétrica, que recarrega as baterias. Mas não se preocupe: quem não se acostumar pode desligar a função, é só escolher o nível de regeneração, entre alto e baixo, na tela multimídia.
Aliás, é difícil encontrar um ponto negativo para o I-Pace, mas eles existem. A visibilidade do vidro traseiro, que é pequeno, é um dos únicos. Mas o SUV tem boa visibilidade no geral, as colunas não são grossas demais e o capô é rebaixado, o que ajuda nessa sensação.
Vale dizer que ainda existem três modos de condução: Eco, Comfort e Dynamic, que controlam características do acelerador, volante e até da suspensão pneumática, opcional. A suspensão tem braços sobrepostos na dianteira (double wishbone) e multilink na traseira e, além de filtrar com excelência as irregularidades do asfalto, é capaz de reduzir a distância do solo automaticamente para diminuir a resistência aerodinâmica.
O design de um carro elétrico pode ser bem diferente dos modelos à combustão. Pode-se colocar o motor e as baterias acopladas em baixo, na plataforma. Mas a Jaguar decidiu manter boa parte da estrutura de um carro convencional. Diferente de seu principal rival, o Tesla Model X, o I-Pace tem uma enorme grade dianteira curva para ajudar na aerodinâmica e no resfriamento da bateria. As maçanetas do Jaguar ficam embutidas na carroceria e as rodas são de aro 22. Vale lembrar que a plataforma do I-Pace é inédita.
O Jaguar I-Pace tem diversos pontos positivos: é espaçoso, tecnológico, tem bom desempenho, é silencioso e ainda tem capacidade off-road. Entre os pontos fracos estão a visibilidade do vidro traseiro e a elevação do assoalho, que atrapalha os ocupantes do banco de trás. Mas o I-Pace é capaz de revelar muito mais do que um SUV de luxo, ele nos apresenta características do carro do futuro.
Valor Econômico - 17/05/2019
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