26 de Julho de 2019
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Em recuperação judicial há um ano, o grupo sucroalcooleiro Clealco, que possui três usinas em São Paulo, iniciou na safra 2018/19 (encerrada em março) um processo de cortes de despesas que, se bem-sucedido, dará fôlego para a retomada dos investimentos em canaviais.
A estratégia da empresa é garantir que, após o leilão judicial da usina de Queiroz - previsto para ocorrer até outubro -, possa melhorar os indicadores operacionais. Até o fim do ano, a Clealco planeja replantar 11 mil hectares de seus canaviais. Em 2019, a intenção é renovar entre 12 mil a 15 mil hectares, disse Alberto Pedrosa, CEO da empresa, ao Valor.
Com uma dívida de mais de R$ 1 bilhão sujeita ao processo de recuperação judicial, a Clealco pretende reabrir a usina de Clementina (SP) após a venda da unidade de Queiroz, a única operando atualmente. Pelo cronograma da Clealco, a usina de Penápolis será reabertra em 2021.
De acordo com Pedrosa, o investimento nos canaviais levará a empresa para o "ciclo virtuoso". O sucesso do plano representará uma virada na trajetória dos últimos dois anos, período no qual a Clealco praticamente não fez investimentos em seu canavial. A falta de recursos provocou o envelhecimento da cana no campo e, consequentemente, afetou o rendimento agrícola do grupo.
"Essa situação foi ainda prejudicada pela escassez de recursos e tratos, que também não foram feitos adequadamente, o que nos conduziu à situação de hoje, de produtividade muito baixa", admitiu Pedrosa.
Atualmente, a colheita de cana da Clealco tem registrado produtividade abaixo de 60 toneladas por hectare. A média do Centro-Sul está em 84,87 toneladas por hectare. Com os aportes, o objetivo é elevar o rendimento para algo entre 75 toneladas e 80 toneladas por hectare - nível já registrado no histórico da empresa.
Pedrosa afirma que os desembolsos ocorrerão após a Clealco ter fechado a safra passada com mais recursos no caixa. Em 2018/19, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 461 milhões, resultando em uma margem Ebitda de 59,3%, alta de 47,5 pontos ante a margem da safra anterior. O resultado inclui os impactos positivos e não recorrentes de créditos tributários.
Valor Econômico – 26/07/19
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