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Emprego com carteira assinada tem melhor setembro em 5 anos

23 de Outubro de 2018

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O mercado de trabalho brasileiro registrou criação líquida de 137.366 vagas com carteira assinada em setembro. Este é o melhor resultado divulgado em 2018 e também o maior número para o mês em cinco anos.

Desde fevereiro de 2014, a criação de vagas formais não tinha dado tão positivo. Os números estão no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho, e estão sem ajuste - ou seja, não consideram informações entregues pelas empresas fora do prazo.

O saldo do mês, antecipado pelo Valor Pro serviço de informações em tempo real, ficou também acima das expectativas dos analistas do mercado. Levantamento do Valor Data com 17 consultorias e instituições financeiras mostrou que os economistas esperavam, em média, a criação de 89,6 mil vagas com carteira em setembro. As projeções variavam de 47,8 mil a 127 mil. Em agosto tinham sido abertos 110.431 postos de trabalho.

Os dados mostram que o mercado de trabalho continua em uma tendência de melhora desde junho, quando houve o único resultado negativo do ano até agora. No acumulado de 2018, o saldo está positivo em 719.089 vagas - considerando dados com ajustes (exceto setembro, que ainda não tem os dados atualizados).

Em setembro, houve resultado positivo em sete das oito divisões econômicas do Caged. O melhor desempenho foi no setor de serviços, que abriu 60.961 postos. Em seguida, vieram indústria (37.449 vagas), comércio (26.685 posições), construção civil (12.481 postos), serviços industriais de utilidade pública (1.091 postos), administração pública (954 postos) e extrativa mineral (403 postos).

Já a agropecuária, que vinha apresentando criação de vagas nos últimos meses, foi o único setor que registrou queda, ao cortar 2.688 postos de trabalho.

No ano, a criação de vagas também vem sendo puxada pelos serviços (436.865 vagas abertas). Em seguida, estão indústria (com 136.271 postos) e agropecuária (86.051 posições). O único a cortar posições no acumulado de 2018 foi o comércio, com fechamento de 46.841 vagas.

Os dados do Caged mostram que as cinco regiões do país registraram criação de emprego com carteira assinada em setembro. A região Nordeste foi a que teve o melhor desempenho, com a geração de 62.177 novas vagas, seguida por Sudeste (38.933), Sul (18.063), Norte (10.262 vagas) e Centro-Oeste (7.901 postos).

Entre os Estados, apenas Mato Grosso do Sul apresentou resultado negativo em setembro, com fechamento de 2.645 vagas. Por outro lado, São Paulo foi o Estado que mais gerou empregos, com um saldo positivo de 22.448 postos com carteira assinada. Em seguida, vieram Pernambuco (21.414 postos) e Alagoas (15.179 vagas).

O salário médio de admissão no país foi de R$ 1.516,89 em setembro. Já o salário médio de desligamento foi de R$ 1.684,39. Os dados representam uma perda real de 0,93% para o salário médio de admissão e de 3,49% para o salário de desligamento.

Assim que saiu o resultado do Caged de setembro, o ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, fez questão de comunicar os dados ao presidente Michel Temer, que, para capitalizar a boa notícia, divulgou um vídeo no Twitter. "É sinal de acerto na reforma trabalhista e de otimismo no nosso país", informou o presidente ao lado de Vieira de Mello. "Eu espero, ministro Caio, que no próximo mês você traga um número ainda maior e tenho certeza de que isso vai acontecer", ressaltou Temer.

O ministério divulgou números também relacionados à reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017. O trabalho intermitente - quando a prestação de serviços não é contínua, mas sim com alternância de períodos - registrou em setembro um saldo de 4.281 postos criados. Já no chamado regime de tempo parcial, foram registradas 5.451 admissões e 3.477 desligamentos, gerando saldo de 1.974 empregos. Na demissão mediante acordo entre empregador e empregado, houve 13.019 desligamentos em setembro, envolvendo 9.203 empresas.

Valor Econômico – 23/10/2018

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