02 de Janeiro de 2018
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Sancionada pelo Presidente Michel Temer, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) é considerada a “tábua de salvação” do setor sucroenergético. Isso porque, o plano que amplia o uso de biocombustíveis no país deve elevar a produção de etanol dos atuais 28 bilhões para 50 bilhões de litros por ano.
Acontece que isso não vai ocorrer da noite para o dia, ainda faltam ser definidas as metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa e, a partir delas, metas individuais que serão aplicadas aos distribuidores de combustíveis.
Além disso, as usinas de açúcar e etanol que sobrevieram à crise e que há pelo menos quatro anos passam apenas por manutenção anual, precisam se adequar tecnicamente. É urgente ainda a renovação dos canaviais, que estão suportando a sexta ou sétima colheitas seguidas.
“Estamos estáveis para o próximo ano, esperamos um crescimento orgânico, é uma visão realista. Primeiro, não temos recursos para fazer investimento em áreas novas de cana. Segundo, repetir a safra e manter a produtividade já é um grande negócio”, diz o usineiro Jairo Balbo.
Diretor industrial das usinas São Francisco e Santo Antônio, na região de Ribeirão Preto (SP), e membro do conselho de administração da usina Uberaba (MG), Balbo entende do que fala: nasceu literalmente dentro da indústria e é a terceira geração da família à frente dos negócios.
Engenheiro agrônomo por formação, o usineiro afirma que essa é, sim, a pior crise que já enfrentou e destaca que, apesar de a RenovaBio ser fundamental para reerguer o setor, o que de fato mantém a indústria "viva" é a capacidade de agregar valor à cana-de-açúcar.
Aos 64 anos, Balbo explica que a expressão “monocultura” não cabe mais à lavoura canavieira do século 21. Atualmente, de um pé de cana é possível extrair muito mais do que apenas etanol, açúcar e cachaça, marca registrada do Brasil.
Até agora já foram explorados 109 subprodutos da planta, entre eles medicamentos, plástico biodegradável, papel, óleo para fabricação de cosméticos, tecidos, ração animal, defensivos agrícolas, biogás e até energia elétrica.
Fonte: G1 – 28/12/2017
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