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Energia deve ficar entre 10% e 15% mais cara neste ano

09 de Janeiro de 2018

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O consumidor pode preparar o bolso ou buscar alternativas para tentar reduzir o impacto da conta de luz no orçamento. É que as projeções dos especialistas são de aumento na tarifa de energia elétrica neste ano superior a inflação. Eles calculam que a alta possa superar os 10% em várias concessionárias do país. A consultoria Thymos Energia estima que as distribuidoras que têm reajuste no primeiro semestre – empresas como Cemig, Enel, Light e algumas concessionárias da CPFL, por exemplo – terão um reajuste entre 10% e 15%.

E um dos motivos para a elevação da tarifa neste ano decorre da falta de chuvas de 2017. “Na composição da tarifa existe uma herança do que aconteceu, não só no ano passado, mas em outros anos”, observa o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. Sem apostar em percentuais, ele diz que a tarifa de energia elétrica deve ficar acima da inflação. No caso das distribuidoras que passam por revisão tarifária, também deve pesar o repasse, aos consumidores, da remuneração dos ativos de distribuição.

Pelos cálculos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o déficit hidrológico médio de 2017 ficou em 79%, o que significa que as hidrelétricas geraram 21% menos do que o volume de energia que tinham direito de comercializar. A projeção da TR Soluções – empresa especializada na análise e cálculo de estruturas tarifárias – é que as tarifas de energia dos brasileiros devem subir, em média, 9% em 2018. A estimativa vale para todas as classes de consumo de 40 distribuidoras, que reúnem 97% do mercado brasileiro.

A projeção média para o comportamento das tarifas em 2018, que não leva em conta o comportamento das bandeiras tarifárias, é significativamente superior ao reajuste médio registrado em 2017, de 3,4%.

Conforme a análise da TR Soluções, as tarifas podem pesar ainda mais no bolso, dependendo da região. Na média, a maior alta deve ser registrada na região Sul (10,7%), seguida pelo Sudeste (9,3%). Em 2017, a alta de tarifas foi puxada principalmente pelo risco hidrológico e pelo repasse, às tarifas, da indenização de ativos das transmissoras instalados antes de 2000. No período, o aumento mais significativo foi registrado na CEEE, do Rio Grande do Sul, de 27,5%. Por outro lado, os consumidores da Cemig tiveram, em média, uma redução de 10,4% nas tarifas e da CPFL Paulista, de 9,2%.

Além do regime de chuvas, os encargos incluídos na tarifa também explicam as previsões pouco animadoras dos especialistas. A conta que inclui todas as políticas públicas ligadas ao setor, como o programa Luz para Todos e a tarifa social de energia – chamada de CDE–, deve passar de R$ 9,3 bilhões neste ano para R$ 12,6 bilhões em 2018.

A consultoria GV Energy prevê que a tarifa média de energia suba ao redor de 12% em 2018, diante de um volume de chuvas que deve se situar entre 90% e 100% da média histórica até o fim de abril. Mais otimistas, os analistas do Banco Santander estimam uma alta médio de 5,9% nas contas de luz, considerando o acionamento da bandeira vermelha patamar 1 ao longo de 2018.

Chuva. A estimativa da Associação de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) indica que o déficit das distribuidoras com o custo hidrológico deve somar cerca de R$ 4,3 bilhões em 2017.

Fonte: O Tempo – 09/01/2018

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