31 de Outubro de 2018
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A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, estima que a oferta de etanol no país deverá crescer 50% até 2027 em relação ao volume registrado no ano passado, para 45 bilhões de litros.
Essa tende a ser a principal frente de avanço do segmento sucroalcooleiro, de acordo com as projeções divulgadas na sexta-feira pela EPE em seu Plano Decenal de Expansão de Energia, que apresenta a visão do governo sobre o setor de energia.
O aumento da produção demandará mais aportes da indústria - movimento que não deverá ocorrer no curto prazo, segundo analistas. A estatal avalia que precisarão ser investidos R$ 25 bilhões apenas em capacidade industrial para atingir a produção de etanol esperada, dos quais R$ 16 bilhões em novas usinas e R$ 9 bilhões na expansão de unidades existentes.
Do volume de etanol esperado para 2027, a EPE estima que 32 bilhões de litros deverão ser de hidratado, 12 bilhões de litros de anidro - além de 1 bilhão de litros que deverão ser importados também como etanol anidro. Em 2017, a oferta de etanol registrada pela EPE foi de 30 bilhões de litros, dos quais 17 bilhões de litros foram de hidratado, 11 bilhões de litros de anidro e 2 bilhões de litros de etanol anidro importado.
A EPE considera que esse crescimento deverá refletir o aumento das capacidades produtivas industrial e agrícola. Após o atual período de ajuste no segmento, a estatal estima que novas unidades deverão entrar em atividade no parque industrial brasileiro. Já para 2019, a EPE acredita que a área contará com uma adição líquida de duas novas usinas, e em 2020, de quatro novas unidades. De 2023 a 2027, a estatal calcula que entrarão em atividade duas novas usinas por ano.
Além da produção derivada da cana, a EPE também inclui em sua conta 2 bilhões de litros a serem produzidos em 2027 oriundos do processamento de milho.
Para a área agrícola, a EPE também estima incremento na colheita e na moagem de cana, a ser puxado por ganhos de produtividade e pequeno aumento de área. Em 2027, a expectativa é que o país processe 837 milhões de toneladas, 31,6% a mais do que no ano passado.
Esse incremento deverá refletir um avanço da área de cultivo de 14% em dez anos, para 9,9 milhões de hectares em 2027, ante 8,7 milhões de hectares no último ano. Já a produtividade, avalia a EPE, deverá chegar a 84,9 toneladas por hectare, em média, ante um índice atual de 72,5 toneladas por hectare.
Apesar do aumento da oferta de cana, a EPE considera que a maior parte da matéria-prima será direcionada à produção do biocombustível, que ganhou mercado com a nova política de preço da Petrobras e poderá avançar ainda mais com a implementação do RenovaBio. Dessa forma, a estimativa para a produção de açúcar é de um crescimento mais moderado. Até 2027, a estatal estima que a produção aumentará 15,8% ante 2017, para 44 milhões de toneladas.
Todo esse cenário, contudo, poderá não se concretizar se o RenovaBio não atingir seus objetivos, se o etanol hidratado perder competitividade frente a gasolina e caso a atratividade do segmento não consiga ser capaz de induzir os investimentos necessários para garantir o aumento da oferta.
Neste caso, a EPE vê um pequeno aumento na produção de etanol até 2027 com relação a 2017, para 33 bilhões de litros - o que significa uma produção 11,7 bilhões de litros inferior à apontada no cenário de referência. O processamento de cana seria de 729 milhões de toneladas, 108 milhões de toneladas menor do que o projetado no primeiro cenário.
Valor Econômico - 31/10/18
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