30 de Outubro de 2017
Notícias
Joana Chiavari, pesquisadora do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio, destaca um novo estudo que realiza a comparação da legislação brasileira ambiental do Brasil em relação a outros seis países: Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, China e Argentina. Estes países também trabalham no sentido de aumentar a produção agrícola e proteger seus recursos naturais.
Como ponto de partida, ela analisou os dois principais instrumentos que colocam restrições ao uso da terra, que são as APP e a reserva legal. Com isso, ela tentou identificar o que significava estar em conformidade com a legislação nesses países.
No caso das APP, ela conta que a comparação foi mais fácil, já que todos possuíam alguma regra relacionada ao assunto. Ela identificou que, no Brasil, essa área varia entre 5 a 500m. Nos outros países estudados, essa regra, que pode ser de nível federal ou estadual, varia.
A província de Quebec, no Canadá, por exemplo, é uma das mais restritivas, com 10 a 15m. Nos Estados Unidos, a média é de 15m a 25m, sendo que essa metragem é voluntária. Na França e na Alemanha, a legislação exige 5m. Portanto, o Brasil tem um grande destaque neste fator.
A respeito da vegetação, o estudo também identificou que o Brasil é mais rígido no que tange à vegetação nativa. Apenas na Alemanha há uma regra semelhante, mas a recomendação é para o uso dessa vegetação "na medida do possível". Em outros países, gramíneas e arbustos podem ser utilizados.
Nas reservas legais, ela verificou que os outros países utilizam outros instrumentos para atingir o objetivo de conservação da biodiversidade e que o Brasil se destaca por ser o único que exige que todas as propriedades reservem um percentual para a reserva.
Essas regras mais rigorosas no Brasil não significam apenas mais custo, como salienta a pesquisadora. Este fator, segundo Chiavari, pode ter um valor muito maior para os produtores em negociações internacionais, já que a produção brasileira vem com esse componente ambiental importante.
Neste sentido, Chiavari ressalta que o estudo serve para compreender como uma legislação rigorosa consegue se destacar e ser um instrumento fundamental para a abertura de novos mercados e retirar barreiras ao comércio brasileiro. Para isso, a consolidação do Código Florestal, portanto, seria extremamente necessária.
Para ter acesso aos detalhes do estudo, clique AQUI.
(Fonte: Notícias Agrícolas – 26/10/17)
Veja também
18 de Abril de 2024
Futuro do setor bioenergético brasileiro é tema de debate da Revista CanaOnlineNotícias
18 de Abril de 2024
Brasil apoia iniciativa indiana para sediar Aliança Global de BiocombustíveisNotícias
18 de Abril de 2024
Produtores brasileiros de etanol podem ser os primeiros beneficiados da indústria de SAFNotícias