14 de Junho de 2017
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Se os preços do açúcar no mercado internacional, em forte queda diante das vendas dos fundos especulativos, vêm desanimando as usinas brasileiras, o etanol também não tem oferecido uma saída melhor.
Pressionados pela forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, os preços do etanol têm recuado de forma expressiva nas usinas e nos post os sem que a demanda tenha reagido positivamente a essas mudanças.
Desde o início da safra 2017/18, o indicador Cepea/Esalq para o etanol hidratado já caiu 6%, alcançando R$ 1,3453 o litro na semana entre 5 e 9 de junho.
A redução de preços no período seria um movimento natural em um contexto de avanço da moagem. Ocorre que as cotações do etanol já estão em queda desde o início do ano. Da primeira semana de 2017 até agora, o indicador acumula retração de 28% e está bem abaixo do valor registrado em igual época da safra passada. Na semana que se encerrou em 10 de junho de 2016, o indicador Cepea/Esalq estava 14% mais alto que o da última semana.
Essa redução já chegou aos postos, mas ainda não estimulou os motoristas a trocarem a gasolina pelo etanol. Nos postos do Estado de São Paulo, o preço médio do etanol já está abaixo dos 70% de paridade em relação à gasolina.
Na semana encerrada dia 10, o valor médio ficou em R$ 2,296 o litro, acumulando 3,73% de queda em um mês, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em relação ao preço da gasolina, o etanol ficou em 68%.
Contudo, a demanda segue abaixo do esperado para esta época. "Já estamos em junho, o consumo já deveria ter chegado ao que se esperava", disse Martinho Ono, presidente da SCA Trading Etanol. A expectativa, segundo ele, era que as vendas de etanol já estivessem em torno de 1,3 bilhão de litros por mês, mas não estão ultrapassando muito a casa dos 1 bilhão de litros.
As vendas de etanol hidratado das usinas para as distribuidoras se aceleraram na segunda metade de maio, mas não foram suficientes para anular a distância em relação ao mesmo mês do ano passado. No total de maio, foram negociados 1,160 bilhão de litros de etanol hidratado no mercado interno, queda de 14% na comparação anual, conforme levantamento da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica-SP).
Os dados referentes a maio sobre as vendas de etanol hidratado nos postos ainda não foram divulgados pela ANP, mas costumam não guardar diferenças muito grandes com relação às vendas reportadas pela Unica-SP. Na avaliação de Ono, para o motorista trocar a gasolina pelo etanol, o preço do biocombustível vai ter que recuar mais. "Quando a relação entre o preço do etanol e da gasolina em São Paulo chegar a 66% ou 65% e a relação entre Estados como Paraná e Minas Gerais melhorar, aí aumenta a demanda", disse. Por enquanto, o etanol ainda está em 75% do valor da gasolina no Paraná e em 72% em Minas Gerais.
(Fonte: Valor Econômico – 14/06/17)
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